Depois de o tribunal espanhol barrar sua candidatura, o líder separatista indicou outro nome para o cargo de presidente da Catalunha, que será votado no Parlamento. Medida promete destravar meses de impasse político na região.
O dirigente independentista catalão Carles Puigdemont anunciou nesta quinta-feira (10), na Alemanha, que renuncia a voltar ser o presidente da Catalunha e designou um recém-chegado à política, Quim Torra, como candidato à sua sucessão.
“Nosso grupo propõe o camarada deputado (catalão) Quim Torra para a presidência da Generalitat”, declarou Puigdemont, em depoimento gravado em vídeo, informando o nome deste editor de 55 anos para seu lugar à frente do governo regional.
“Pessoalmente, eu entendo os esforços e o sacrifício de assumir o governo em circunstâncias tão extremas como a que vive a Catalunha”, disse o líder separatista. “Espero que assuma a responsabilidade nos próximos dias e forme um governo imediatamente.”
Apesar de desistir de sua ambição de voltar a ser presidente da região espanhola, Puigdemont afirmou que “continuará lutando pela defesa dos direitos” dos catalães.
O governo espanhol tinha agido na quarta-feira (9) para barrar a possibilidade de uma reeleição do ex-presidente independentista, forçando os separatistas a apresentar um novo candidato se pretenderem formar governo.
O conselho de ministros tinha recorrido ao tribunal constitucional para que anulasse uma lei votada na semana passada no parlamento catalão, que deveria permitir que Puigdemont fosse empossado como chefe do governo regional, mesmo que ausente fisicamente.
“A intolerância e a falta de respeito do Estado para com a vontade dos cidadãos da Catalunha apareceram claramente aos olhos do mundo”, comentou Puigdemont em seu discurso, incitando o próximo executivo regional a construir um país independente.
Os independentistas ganharam as eleições regionais em dezembro, mas, se não elegerem um novo presidente até 22 de maio, os catalães serão chamados automaticamente às urnas.
Mas se o parlamento catalão eleger um presidente que forme um governo, a Catalunha liberta-se da tutela de Madrid, imposta depois da tentativa de independência em 27 de outubro de 2017.
Ciberia // ZAP