Segredo dos famosos moais da Ilha de Páscoa é finalmente desvendado

Um grupo de cientistas conseguiu revelar como os moais, as famosas estátuas gigantes da Ilha de Páscoa, no Chile, receberam seus “chapéus” de pedra depois de quase 2 mil anos de incertezas.

De acordo com um estudo publicado no Journal of Archaeological Science, os chapéus gigantes, pintados de vermelho e com cerca de 13 toneladas cada, foram colocados nas cabeças dos moais graças a uma técnica semelhante à usada pelos europeus para levantar navios naufragados.

A Ilha de Páscoa é um dos lugares mais misteriosos da Terra e é o antigo lar de uma civilização polinésia que habitou a região há cerca de 2 mil anos. A civilização deixou na ilha um vasto número de vestígios em forma de moais gigantes que, segundo acreditam os cientistas, personalizam os antepassados dos antigos moradores da ilha.

A civilização praticamente desapareceu da Ilha de Páscoa antes mesmo da chegada dos primeiros colonizadores. A causa da extinção pode estar relacionada com dois fatores: falta de recursos para sobreviver e guerras entre diferentes tribos aborígenes.

Por sua vez, as guerras internas levaram à extinção quase completa da cultura. Os restos da civilização na Ilha de Páscoa foram destruídos em meados do século XIX, quando a ilha foi ocupada por escravos. Devido à extinção da cultura, o único sistema de escrita da ilha ainda não foi decifrado pelos cientistas.

Por essa razão, ainda hoje continua muito difícil entender como era a vida desta civilização extinta e adivinhar o enigma mais interessante da ilha: como os gigantescos “chapéus” de pedra, chamados de pukao e com um peso de 10 a 15 toneladas, apareceram na cabeça dos moais?

O fato de as estátuas e dos “chapéus” terem sido feitos a partir de várias rochas geológicas não contribui para encontrar a solução para o quebra-cabeça. É de se salientar que as rochas usadas para construir os “chapéus” podem ser encontradas em regiões distantes da ilha, e ficam dezenas de quilômetros afastadas dos moais.

Ao analisar a superfície do pedaço de terra e todos os documentos disponíveis para pesquisa, os cientistas da Universidade de Binghamton, em Nova York, chefiados pelo antropólogo Carl Lipo, finalmente entenderam como as estruturas poderiam ter sido construídas pela antiga civilização.

De acordo com os cientistas, os moais foram construídos de forma especial para que as rochas se endireitassem caso fossem levemente inclinadas, permitindo assim que os moradores da ilha os transportassem a distâncias significativas sem causar qualquer dano.

Os traços existentes nos “chapéus” das estátuas indicam que eles foram levados para os locais das “montagens” quase prontos. Ou seja, foram levados da pedreira até o local onde seriam depois colocados na cabeça dos moais, rolando sobre eles mesmos.

Quando os pukao chegaram ao destino, os moradores deram início ao árduo trabalho de colocar esses “acessórios” nos moais, recorrendo à ajuda de aterros e cordas. Assim, pouco a pouco, conseguiram levantar os “chapéus” para a parte superior das estátuas.

Os pesquisadores apontam várias provas para fundamentar a teoria, como: a existência de vestígios de aterros e de uma cavidade especial no “chapéu” que o impede de cair da cabeça.

Os cientistas notaram ainda que, inicialmente, os moais estavam um pouco inclinados, permitindo assim que os construtores antigos rolassem os “chapéus” para as cabeças das estátuas sem estragar nada. Depois, simplesmente as aplanaram.

Tendo em conta os resultados da pesquisa, os cientistas concluíram que não era necessário ter um exército de escravos ou muitos recursos para construir grandes monumentos. Os moradores da ilha de Páscoa conseguiram imortalizar seu nome com a ajuda do intelecto, das leis da física e dos recursos escassos da ilha.

Ciberia // Sputnik / ZAP

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