As vitrines onde as trabalhadoras do sexo se exibem e oferecem seus serviços estavam fechadas em Bruxelas, na Bélgica, nesta quarta-feira (6). As prostitutas declararam greve depois do assassinato de uma colega, protestando contra a crescente falta de segurança.
A vítima, uma imigrante nigeriana de 23 anos, foi apunhalada várias vezes numa rua dd chamada “distrito vermelho”, região central da capital belga onde se concentram os bordéis e as cabines de prostituição.
Ainda não há pistas sobre quem cometeu o crime.
O Sindicato de Trabalhadores do Sexo (UTSOPI) apelou à greve, em um movimento inédito, como forma de protesto contra a crescente falta de segurança para exercer o trabalho, que está regularizado como profissão pela legislação belga.
O UTSOPI informa que as trabalhadoras do sexo de origem africana se sentem discriminadas e abandonadas pela polícia local.
“Quando acontece alguma coisa, nós ligamos e a polícia aparece uma hora depois, quando já é tarde demais. A polícia não está nem aí porque somos negras“, acusa uma das mulheres, que pediu anonimato, em entrevista à televisão pública RTBF, cita a BBC.
A emissora denunciou, no início do ano, os abusos que as trabalhadoras do sexo originárias da Nigéria sofrem. Muitas destas mulheres são obrigadas a se prostituírem para reembolsar dívidas contraídas para chegar ao continente europeu.
“Elas têm que trabalhar sem parar porque têm dívidas de até 20 mil euros para pagar. Se não, colocam em risco suas vidas e das suas famílias”, explica Sarah de Hovre, diretora do centro Pag-Asa, que ajuda vítimas de tráfico humano, segundo declarações divulgadas pela BBC.
Nos últimos meses, a polícia belga multiplicou as rondas de fiscalização e desmantelou várias redes de tráfico e de cafetinismo na capital, principalmente no “bairro da luz vermelha”.
E se a prostituição como atividade privada é legal na Bélgica, tirar benefícios da prostituição alheia é um crime. No Brasil, o lenocínio, ou seja, a exploração sexual de pessoas, também é punida por lei.
O Sindicato das Trabalhadoras do Sexo irá se reunir nos próximos dias com as autoridades belgas para discutir como melhorar a segurança para estas profissionais.
Por favor, protejam as meninas.