A França tornou-se nesta sexta-feira (6) a primeira semifinalista da Copa do Mundo na Rússia – e próxima adversária de Brasil ou Bélgica – ao vencer o Uruguai por 2 a 0 no estádio Nizhny Novgorod, e garantiu um lugar entre as quatro melhores seleções do torneio pela primeira vez desde a edição de 2006, quando perdeu na final para a Itália.
A campeã mundial de 1998 abriu o placar poucos minutos antes do intervalo, com gol de cabeça do zagueiro Varane. No segundo tempo, quando a ‘Celeste’ esboçava um crescimento na partida, Antoine Griezmann chutou da esquerda da área e não pegou bem, mas o goleiro Fernando Muslera espalmou para dentro, engolindo um frango.
Classificados, os ‘Bleus’ esperam agora o vencedor do confronto entre as seleções brasileira e belga, marcado para esta sexta, às 15h (de Brasília), na Kazan Arena. Amanhã acontecerão os outros dois duelos pelas quartas, entre Suécia e Inglaterra e entre Rússia e Croácia.
De quebra, a França aumentou uma invencibilidade contra seleções da América do Sul em Copas. Desde 1978, quando perdeu para a Argentina, a seleção europeia encarou representantes da Conmebol dez vezes, obteve seis vitórias e quatro empates. Neste período, eliminou o Brasil nas quartas de final em 1986 e 2006 e ainda levou a melhor na decisão de 1998, em casa.
Ao Uruguai, resta lamentar não conseguir voltar às semifinais oito anos depois do quarto lugar na África do Sul. Os comandados de Óscar Tabárez haviam levado apenas um gol em quatro jogos neste Mundial, mas hoje não resistiram e sofreram logo dois.
O Uruguai não pôde contar com seu artilheiro nesta Copa. Edinson Cavani se machucou durante a vitória sobre Portugal por 2 a 1 no último sábado, pelas oitavas de final. Na partida, ele balançou a rede duas vezes, e terminou o torneio com três gols – o outro foi contra a Rússia, na primeira fase.
O atacante do Paris Saint-Germain até treinou com bola nesta quinta, mas mesmo assim foi desfalque. Ele ficou no banco de reservas, mas sem uniforme de jogo, e sequer foi opção.
Na França, a ausência é o volante Blaise Matuidi, suspenso pelo acúmulo de cartões amarelos. Quem herda a vaga é Corentin Tolisso, que começou jogando na estreia dos ‘Bleus’, contra a Austrália, e depois não retornou mais à formação inicial.
Mesmo sem um de seus principais homens de frente, a ‘Celeste’ começou a partida atacando mais e incomocou logo aos quatro minutos de jogo. Stuani tabelou com Suárez, cortou a marcação e chutou rente à trave direita.
A segunda chance apareceu aos 13, em um dos pontos fortes dos uruguaios, a bola parada. Após escanteio da direita, Godín ganhou por cima e cabeceou. O goleiro Lloris tirou com um soco, e a zaga completou o serviço.
Dois minutos depois, a França enfim chegou com perigo à área adversária. Pavard fez um chuveirinho da direita, Giroud preparou de cabeça e, também com um cabeceio, Mbappé encobriu a meta. A joia do PSG teve espaço, mas pegou mal na bola, que subiu.
Aos poucos, os ‘Bleus’ foram ganhando terreno, e as oportunidades apareciam. Aos 28, Pavard levou até o fundo e cruzou por baixo. Mbappé desviou, a bola cruzou toda a área sem que ninguém a tocasse e saiu em lateral. Pouco depois, aos 34, Mbappé foi lançado nas costas da zaga, acelerou e tocou para o meio, mas novamente não houve francês que a empurrasse para o gol.
Aos 39, Bentancur cometeu falta boba na esquerda de defesa, recebeu seu segundo cartão amarelo no Mundial e ainda proporcionou à França o primeiro gol. Griezmann cobrou a infração com paradinha, desestabilizou a marcação e encontrou Varane livre para cabecear e fazer 1 a 0.
O empate poderia ter acontecido em lance semelhante, aos 43, mas Lloris salvou a equipe europeia. Suárez foi derrubado na intermediária, Torreira levantou para a área e Cáceres cabeceou. O goleiro fez linda defesa e, no rebote, Godín mandou para muito longe do alvo.
O Uruguai voltou do vestiário tentou se soltar e fazer Lloris trabalhar, mas errava muito. Aos dez minutos, Suárez limpa a marcação e toca para o meio, mas Stuani não apareceu. Em seguida, aos 12, Nández recebeu de ‘Luisito’ e cruzou, mas mais uma vez o centroavante do Girona não chegou.
Insatisfeito, Óscar Tabárez sacou Bentancur e Stuani para as entradas de ‘Cebolla’ Rodríguez e Maxi Gómez. O que o técnico não contava é com uma falha grotesca de Muslera. Aos 15, Pogba puxou contra-ataque e acionou Tolisso, que passou para Griezmann. O camisa 7 bateu no meio do gol, mas o goleiro espalmou para dentro, e a França aumentou a vantagem.
O sangue da equipe sul-americana subiu, Rodríguez não gostou de uma jogada mais rebuscada de Mbappé e o acertou. O tempo fechou, jogadores dos dois times se empurraram, e os dois envolvidos foram advertidos com o amarelo, aos 23.
A partir do segundo gol, a França se tornou a dona do jogo. Sem Cavani, os bicampeões tinham pouco poder de fogo e ainda eram ameaçados de levar o terceiro. Aos 28, Tolisso dominou com espaço pelo meio, arriscou e quase acertou o ângulo, mas a bola saiu em tiro de meta.
Nem aquela abafa comum de quem está em desvantagem em mata-mata a ‘Celeste’ conseguiu. Em descida isolada pela direita, Cáceres cruzou buscando Suárez, mas exagerou na força e cedeu tiro de meta.
A última grande chance, ocorrida aos 43 minutos, foi dos franceses. Pogba encarou a marcação perto da área e sofreu falta, que foi batida por Grizmann. O camisa 7 tirou tinta do travessão, mas o placar não foi mais alterado.
Ciberia // EFE