Daesh lucrou 100 milhões de dólares com travessias de refugiados

(dr) Dabiq Magazine

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A crise dos migrantes que tentam chegar à Europa para escapar da guerra e da violência nos seus países está se revelando uma fonte de negócio para quem está a provocar o conflito: o Daesh.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o ISIS impôs uma espécie de portagem sobre o valor cobrado pelos traficantes de migrantes na Líbia, lucrando cerca de 30% dos estimados 300 milhões de euros (mais de R$ 1 bilhão) gerados por essa atividade em 2015.

O Estado Islâmico conseguiu lucrar 88 milhões de euros (cerca de US$ 100 milhões ou mais de R$ 300 milhões) só com o trafico de migrantes, que se tornou na atividade de maior lucro na região – mais do que a droga, o tabaco e os medicamentos.

“Os migrantes preferem sair da costa controlada pelo ISIS porque têm mais possibilidades de chegar ao outro lado”, afimou a economista Loretta Napoleoni, citada pelo jornal El País.

A italiana publicou recentemente o ensaio “Traficantes de seres humanos“, no qual fornece detalhes sobre o envolvimento de jihadistas nesse negócio ilegal.

Navegar sob a supervisão do Estado Islâmico se tornou, segundo a especialista, numa espécie de “garantia de qualidade” para os migrantes.

A economista revela ainda que o grupo terrorista estabeleceu um máximo de 120 pessoas nas embarcações, o que reduz o risco de um naufrágio.

“Atravessar o Mediterrâneo a partir do território do grupo radical islâmico pode ser mais caro do que fazê-lo a partir de áreas controladas por outros grupos, mas também mais seguro“, destaca Napoleoni.

Segundo a autora, que afirma ter fontes no terreno, o ISIS exige uma remuneração de 1.600 euros por pessoa, punindo os traficantes que não obedeçam às suas regras.

Para Christian Nellemann, diretor do Centro Norueguês de Análise Global, a Líbia é habitada por mais de 1.700 grupos armados que viram uma oportunidade de lucrar com a crise de refugiados.

No entanto, o contrabando de migrantes “caiu drasticamente” em 2016 devido à ofensiva lançada pelas forças pró-governo líbio e pelos EUA, que têm recuperado parte do domínio do Daesh.

Entre os milhares de migrantes continuam a tentar fugir à guerra e escapar à pobreza, muitos não conseguem sobreviver.

Em 2015, a ONU registrou 3.771 pessoas mortas na travessia do Mediterrâneo e, este ano, pelo menos 3.800 pessoas morreram quando tentavam chegar à Europa.

O recorde no número de mortos registou-se apesar de o número total de migrantes que tentaram atravessar o Mediterrâneo ter sido em 2016, com 330 mil, inferior ao de 2015 (mais de um milhão).

Cerca de 90% destas mortes aconteceram na zona central do Mediterrâneo, entre a Líbia e Itália.

BZR, ZAP

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