A rejeição aos venezuelanos que chegam ao Brasil passa bem longe da pequena cidade de Chapada, na região norte do Rio Grande Sul. A prefeitura pediu para receber os imigrantes.
Até o dia 25, está prevista a chegada de 50 venezuelanos, transportados pela Força Aérea Brasileira (FAB) e pelo Exército. A Casa Civil confirma a informação, mas a data pode ser alterada de acordo com a agenda da FAB. As informações são do G1.
O município de 10 mil habitantes será o terceiro do Rio Grande do Sul a receber os imigrantes, depois de Esteio e Canoas, que se preparam para a chegada nos próximos dias: 221 em Esteio, e 425 em Canoas. Porém, Chapada foi o primeiro município que tomou a iniciativa de receber os venezuelanos.
“Decidimos isso com a Secretaria de Assistência Social, Educação e as outras pastas. Chegamos à conclusão de que devemos fazer parte da ação”, afirma Carlos Catto, prefeito de Chapada.
“Grande parte da nossa sociedade é descendente da imigração italiana, portuguesa e alemã. São pessoas que saíram da Europa em uma situação não muito legal, e todos se deram muito bem aqui”, acrescenta, ressaltando que o acolhimento é uma questão humanitária.
O município comunicou ao Ministério do Desenvolvimento Social que inclusive as crianças são bem-vindas. A preferência é para as crianças maiores de 5 anos, mas todas serão aceitas. A prefeitura reservou um prédio que abrigava uma escola rural para acomodar temporariamente os novos moradores de Chapada.
No local, passa um ônibus fretado pela prefeitura que leva os trabalhadores da zona rural até a cidade. Os venezuelanos poderão aproveitar o transporte para ir e voltar do trabalho. Catto garante que existem vagas na construção civil, nas propriedades agrícolas e nas indústrias de sapato e laticínios.
Os imigrantes que tenham experiência ou perfil para o ensino ainda poderão ser chamados para dar oficinas de espanhol nas escolas da cidade. O prefeito disse também que há vagas para as crianças venezuelanas nas escolas, tanto no ensino fundamental quanto no básico.
A receptividade de Chapada aos venezuelanos contrasta com o clima de intolerância em Roraima, ponto de aglomeração dos imigrantes. O prefeito Carlos Catto deseja que os venezuelanos criem raízes no município, que não seja uma aventura ou uma passagem temporária. “Estamos apostando nossas fichas que vai dar certo”, acredita o prefeito.
Ciberia // Razões para Acreditar