Febe, um dos satélites de Saturno, tem a água mais incomum do Sistema Solar, apontou um novo estudo realizado por uma equipe de cientistas do Instituto de Ciência Planetária de Tucson, no estado norte-americano do Arizona.
Para a pesquisa, publicada no fim de novembro na revista Icarus, os cientistas analisaram os isótopos de deutério (D/H) dos anéis e dos satélites de Saturno. Segundo conclui o estudo, todos os anéis e satélites analisados têm uma água surpreendentemente semelhante à composição isotópica da Terra, com exceção do satélite Febe.
Como nota a Phys.org, a água do satélite Febe é a mais estranha quando comparada aos demais satélites e planetas do Sistema Solar. Sua composição isotópica mostrou que suas reservas de água têm oito vezes mais deutério do que os outros satélites de Saturno. Por esse motivo, concluíram os cientistas, Febe foi formada em um local distante e frio bem longe do nosso sistema.
“A proporção D/H de Febe é o valor máximo medido já encontrado no Sistema Solar, o que significa que tem sua origem no sistema solar frio e exterior, muito além Saturno”, explicou Roger N. Clark, autor do estudo.
Ainda no âmbito dessa pesquisa, os cientistas mediram também a relação entre o carbono 13 e o carbono 12 (13C/12C). Outra lua de Saturno, a Jápeto, revelou ter uma proporção de carbono semelhante à terrestre, enquanto a de Febe é cinco vez maior.
Esses dados, apontam os cientistas, sugerem que o satélite se formou nas extremidades mais frias do Sistema Solar, para lá de Saturno, sendo, posteriormente, “capturado” pela órbita do segundo maior planeta do Sistema Solar.
As medições foram feitas remotamente a partir da sonda da NASA Cassini usando o espectrômetro de mapeamento visual e infravermelho (VIMS). Cassini, que passou 13 anos estudando Saturno de perto, mergulhou em setembro na última etapa da sua missão, fornecendo dados finais preciosos que sustentaram a pesquisa.
Ciberia // ZAP