A diretora da prisão federal de Nova York, onde o milionário Jeffrey Epstein foi encontrado morto há três dias, Shirley Skipper-Scott, foi afastada do cargo nesta terça-feira, segundo informações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Em comunicado, a porta-voz do Departamento de Justiça Kerry Kupec informou que o procurador-geral, William Barr, ordenou a mudança temporária de Skipper-Scott para a seção da região nordeste do Escritório de Prisões.
Além disso, foram colocados em “baixa administrativa” outros dois empregados do Centro Correcional Metropolitano (MCC), como se chama a prisão onde Epstein estava recluso após ter sido acusado de tráfico sexual de menores.
“Estamos à espera do resultado das investigações do FBI e do Escritório do Inspetor Geral sobre o aparente suicídio de Jeffrey Epstein, ex-presidiário do MCC”, diz a nota do Departamento de Justiça.
Ainda segundo as autoridades, Skipper-Scott será substituída provisoriamente por James Petrucci, até agora diretor da Instituição Correcional Federal de Otisville, em Nova York.
O procurador-geral Barr já havia afirmado que houve “sérias irregularidades” na prisão onde Epstein era mantido à espera do julgamento pelas acusações de tráfico sexual de menores. O milionário foi encontrado morto na manhã de sábado.
Os guardas da segurança do MCC estavam fazendo a ronda matutina quando encontraram Epstein, de 66 anos, enforcado na sua cela por volta das 6h30 (local, 8h30 de Brasília), segundo o Departamento de Prisões.
“Agora soubemos de irregularidades sérias nesta instalação que são profundamente preocupantes e pedimos uma investigação completa”, destacou Barr em um evento da polícia local de Nova Orleans. O procurador-geral prometeu que as autoridades chegarão ao fundo do que ocorreu e haverá prestação de contas.
De acordo com a imprensa local, que cita fontes ligadas ao caso, os advogados de Epstein pediram às autoridades no fim do mês passado que o seu cliente fosse retirado do programa para a prevenção do suicídio. A solicitação foi feita após reuniões de até 12 horas diárias com o acusado, depois de uma suposta tentativa em 23 de julho.
A morte do magnata, ocorrida repentinamente e em circunstâncias estranhas, fez com que circulem várias teorias conspiratórias devido aos personagens com os quais o milionário se relacionava, como o ex-presidente Bill Clinton e o atual, Donald Trump.
Acusação de exploração sexual de menores
Epstein já tinha sido acusado pela exploração sexual de menores no estado da Flórida em 2008, mas na época firmou um acordo com o promotor Alex Acosta para deixar a prisão. Acosta foi nomeado secretário de Trabalho por Trump em abril de 2017 e deixou o cargo após o escândalo ter voltado à tona.
Também nesta terça, Trump, pediu nesta uma investigação completa sobre a morte de Epstein. Ele também voltou a compartilhar uma teoria conspiratória que acusa o ex-presidente Clinton de ter ligação com o caso. “Quero uma investigação completa”, disse Trump a jornalistas em Nova Jersey, onde passa alguns dias de férias.
Essa foi a primeira declaração pública do presidente sobre a morte de Epstein. Os dois se conheciam e, depois de o milionário ter sido preso, acusado de manter uma rede de exploração sexual de menores, a emissora NBC divulgou um vídeo em que Trump participava de uma festa com Epstein em um clube da Flórida.
No Twitter, Trump já tinha compartilhado uma teoria conspiratória sobre a possibilidade de Epstein ter cometido suicídio no Correctional Metropolitan Center, relacionando a morte com Clinton, que também conhecia o milionário.
Perguntado sobre o assunto, Trump disse que a pessoa que compartilhou a teoria, o conservador Terrence Williams, é uma pessoa “muito respeitada“, com mais de 500 mil seguidores. Além disso, Trump questionou se Bill Clinton realmente esteve na ilha privada de Epstein, no Mar do Caribe, onde supostamente o milionário organizava encontros entre personalidades e mulheres, muitas delas menores de idade.
“Bill Clinton foi à ilha? Essa é a pergunta. Se vocês responderem isso, vão saber muitas coisas”, sugeriu Trump aos jornalistas.