A Organização Mundial da Saúde admitiu nesta segunda-feira (27/01) um erro na avaliação de risco global do novo coronavírus, que surgiu na China, e disse que o nível correto é elevado. Anteriormente, ele havia sido apontado como moderado.
De acordo com a porta-voz da organização, Fadela Chaib, a alteração foi feita depois de um erro de formulação nos relatórios anteriores. Em documentos divulgados na quinta, sexta e sábado, o risco do novo coronavírus foi classificado como muito elevado na China, elevado em nível regional e moderado em nível global.
Questionada sobre o significado da categorização, Chaib disse que é uma “avaliação global, cobrindo a gravidade, disseminação e capacidade de resposta” ao vírus. A OMS afirmou que a correção do risco não significa uma declaração de emergência global de saúde – um mecanismo utilizado apenas para os surtos mais graves
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, viajou para a China para apoiar a luta contra o coronavírus. Segundo ele, com esta viagem, a agência busca coletar informações sobre as últimas novidades na luta contra a epidemia e “reforçar a parceria com a China para proporcionar uma maior proteção contra este surto”.
Tedros se reuniu com especialistas em epidemiologia, doenças virais e outras autoridades nos dias 22 e 23 de janeiro na sede da OMS, em Genebra, para discutir se deveria ser declarada uma emergência internacional devido ao surto, mas o painel optou por não emitir o alerta por enquanto. “Essa é uma emergência na China, mas ainda não se tornou uma emergência de saúde global”, destacou Tedros.
O novo coronavírus já deixou 81 mortos e quase 3 mil doentes. A grande maioria dos casos foi registrado na China. As primeiras infecções do vírus, batizado provisoriamente de 2019-nCoV pela OMS, foram detectadas na cidade chinesa de Wuhan no final do ano passado e remontam a um mercado de animais selvagens e peixes, que agora foi fechado.
O vírus pode ter sido transmitido através do contato direto entre humanos e animais, ou simplesmente através do ar.Além da China, há casos confirmados também em Hong Kong, em Macau, em Taiwan, na Tailândia, nos Estados Unidos, na Austrália, no Japão, na Malásia, em Cingapura, na França, na Coreia do Sul, no Vietnã, no Canadá e no Nepal.
Com a propagação rápida da doença, diversos países pretendem retirar seus cidadãos de Wuhan. A França, a Alemanha, a Espanha, os Estados Unidos e o Japão estão entre os países que pretendem buscar concidadãos que vivem na metrópole de 11 milhões de habitantes e que é epicentro do surto.
Iniciado em dezembro, o surto da doença é causado por um novo tipo de coronavírus, semelhante ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que matou quase 800 pessoas em todo o mundo durante uma epidemia ocorrida entre os anos 2002 e 2003 e que também começou na China. Os sintomas são febre e cansaço, acompanhados de tosse seca e, em muitos casos, dificuldades respiratórias.