Com 1.160 apartamentos e mais de 5 mil moradores, o edifício Copan é como uma pequena cidade autônoma dentro de São Paulo – não por acaso o maior complexo de apartamentos de toda a América Latina possui seu próprio código de endereçamento postal.
E se no momento todo o planeta se vê diante do coronavírus, sendo o Copan como uma pequena cidade no meio do epicentro da pandemia no Brasil, o edifício também oferece suas singularidades para viver a quarentena e atravessar o isolamento – a começar pelas panelas, que religiosamente são espancadas do lado de fora das janelas contra as políticas do atual governo federal, conforme conta reportagem especial feita por João Pina para a National Geographic.
As dimensões e o luxo dos apartamentos são tão variadas quanto as realidades econômicas dos moradores – de apartamentos de 27 metros quadrados a outros com mais de 400 metros quadrados, o Copan funciona pelo trabalho de seus 102 funcionários como uma reprodução da própria sociedade brasileira.
Por lá, desde janeiro que Affonso Celso Oliveira, síndico do edifício e conhecido pelos moradores como “prefeito”, decidiu fechar o acesso ao telhado do prédio, comumente frequentado por centenas de visitantes diários – tudo para evitar a contaminação pelo coronavírus.
O futuro é incerto em todo o país, e evidentemente que o Copan não está imune à pior pandemia que dos últimos cem anos, mas talvez o seu “prefeito” tenha muito a ensinar para nossas autoridades: com sua política rigorosa e considerando a doença por sua real gravidade, seu esforço vem sendo recompensado pela ausência de casos relatados até aqui dentro do prédio.
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