Células imunes de mamíferos têm menor taxa de ativação quando expostas a peptídeos contendo aminoácidos raros em nosso planeta, mas que são “comumente encontrados em meteoritos”, revela estudo.
Os sistemas imunológicos dos mamíferos terrestres podem ter dificuldade em detectar e combater germes fora de nosso planeta, que podem ser baseados em aminoácidos diferentes daqueles das formas de vida na Terra, informa o portal Phys.org, citando um novo estudo conduzido por cientistas das Universidades de Aberdeen e Exeter, Reino Unido.
De acordo com a mídia, pesquisadores conduziram o estudo em ratos, testando a resposta das células imunes de mamíferos a peptídeos contendo dois aminoácidos “que são raros na Terra, mas são comumente encontrados em meteoritos”, a isovalina e alfa-aminobutírico.
“O mundo agora está mais do que consciente do desafio imunológico colocado pelo surgimento de novos patógenos”, afirma o professor Neil Gow, vice-chanceler adjunto de Pesquisa e Impacto da Universidade de Exeter.
Os resultados do estudo, publicado na revista científica Microorganisms, mostram que as células imunes apresentam níveis de ativação mais baixos em comparação com a exposição a peptídeos compostos inteiramente de aminoácidos comuns na Terra.
“A vida na Terra depende de 22 aminoácidos essenciais. Nós colocamos a hipótese de que as formas de vida que evoluíram em um ambiente com diferentes aminoácidos podem contê-los em sua estrutura”, explica a autora principal da pesquisa, dra. Katja Schaefer, da Universidade de Exeter.
“Nós sintetizamos quimicamente ‘exopeptídeos’ contendo aminoácidos que são raros na Terra e testamos se um sistema imunológico de mamíferos poderia detectá-los. Nossa investigação mostrou que esses exopeptídeos ainda eram processados e as células T ainda eram ativadas, mas essas respostas eram menos eficientes do que para os peptídeos terrestres ‘comuns’.”
Dessa forma, Shaefer e sua equipe “especulam que o contato com microrganismos extraterrestres poderia representar um risco imunológico para missões espaciais com o objetivo de recuperar organismos de exoplanetas e luas”.
Anteriormente, um estudo publicado pela Universidade de Rasboud, Países Baixos, examinou a provável propagação de bactérias terrestres no espaço, concluindo que eram resistentes e capazes, embora menos, de infectar outros seres vivos, particularmente com o sistema imunológico do humano enfraquecido no espaço.
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