“The Wall Street Journal” informa que, um mês antes, embaixada americana em Cabul enviou comunicado ao secretário de Estado alertando sobre risco de Afeganistão cair nas mãos dos fundamentalistas e exigindo medidas.
Diplomatas da embaixada dos EUA no Afeganistão alertaram em meados de julho o secretário de Estado, Antony Blinken, do risco de Cabul cair na mãos dos talibãs pouco depois de as tropas americanas se retirarem do país, como de fato ocorreu, informou o jornal The Wall Street Journal nesta quinta-feira (19/08).
Segundo o diário, 23 diplomatas da embaixada dos EUA em Cabul avisaram Blinken em um comunicado interno de 13 de julho sobre a possibilidade de um rápido avanço do grupo fundamentalista Talibã e do colapso das forças de segurança afegãs.
Os mesmos diplomatas também pediram ao Departamento de Estado que começasse a coletar o quanto antes os dados necessários para retirar os afegãos que trabalharam para os Estados Unidos, ao longo de 20 anos, como intérpretes ou tradutores, e que agora têm direito a vistos especiais para se refugiar nos Estados Unidos.
Também consideraram que os voos para a retirada de pessoal deveriam começar no mais tardar em 1º de agosto.
A comunicação se deu por meio de um memorando de dissenso, que os diplomatas dos EUA usam para expressar preocupação com decisões nas quais não se sentem devidamente consultados.
O governo do Presidente Joe Biden está sendo criticado por não ter antecipado esforços para retirar cidadãos americanos e afegãos que colaboraram com países estrangeiros antes de Cabul cair nas mãos dos talibãs.