A Justiça anunciou esta quinta-feira que bloqueou os bens do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), e do ex-governador do Estado de Minas Gerais, Eduardo Azevedo.
Os políticos estão envolvidos em processos diferentes, mas ambos são acusados de terem cometido o crime de improbidade administrativa.
Segundo informações da imprensa brasileira, o ministro da Agricultura responde num processo em que é acusado de participar num esquema de compra de uma vaga de conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Mato Grosso.
As acusações indicam que um ex-conselheiro do tribunal chamado Alencar Soares Filho teria recebido cerca de quatro milhões de reais (1,18 milhões de euros) para se aposentar antes do prazo, abrindo lugar à nomeação do ex-deputado do Mato Grosso Sérgio Ricardo de Almeida.
Esta negociação terá contado com a participação de Blairo Maggi, empresário agrônomo conhecido como “rei da soja”, segundo as investigações em curso na Justiça brasileira.
Já o ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azevedo (PSDB), é acusado num processo que corre no Tribunal de Justiça de Minas Gerais por supostamente ter transferido cerca de três milhões de reais (880 mil euros) de empresas estatais do Estado para empresas do publicitário Marcos Valério, num escândalo de corrupção denominado mensalão mineiro.
O processo do mensalão mineiro envolve um esquema que beneficiaria a campanha de reeleição de Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998. O candidato do PSDB acabou perdendo o pleito para Itamar Franco (PMDB).
A tramitação do processo no Supremo Tribunal Federal (STF) começou em 2003, mas somente em 2009 a Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu denúncia contra o ex-governador de Minas Gerais por peculato e lavagem de dinheiro. Na época, Eduardo Azeredo ocupava cargo de deputado federal e decidiu renunciar em 2014. O STF entendeu que ele não tinha mais foro privilegiado e decidiu encaminhar a ação à Justiça mineira.
O ex-governador de Minas Gerais é também um dos fundadores do PSDB e ex-presidente nacional da legenda. Em dezembro de 2015, ele foi condenado em primeira instância à pena de 20 anos e 10 meses de prisão. Seus advogados entraram com recurso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Azeredo aguarda o julgamento em liberdade.
Ciberia // ZAP