Em um de seus últimos atos antes de deixar o cargo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comutou nesta terça-feira (17/01) a pena da ex-soldado Chelsea Manning, que em 2010 vazou um número recorde de documentos confidencias ao portal Wikileaks. Na época, ela era analista de inteligência militar.
A Casa Branca anunciou que Chelsea Manning será libertada em 17 de maio. A militar transexual, que antes se chamava Bradley Manning, foi condenada em agosto de 2013 a 35 anos de prisão por ter passado ao Wikileaks mais de 700.000 documentos confidenciais.
Além dela, Obama comutou ainda a sentença de outros 208 detidos nos Estados Unidos e perdoou a pena de 64 pessoas.
“Esses 273 indivíduos aprenderam que nossa nação é uma nação do perdão, onde quem trabalha duro e se compromete com a reabilitação pode ter uma segunda chance, e onde erros do passado não privarão o indivíduo da oportunidade de continuar“, disse o assessor da Casa Branca Neil Eggleston.
Em 2013, Manning, que antes de um tratamento para mudança de sexo para se tornar mulher se chama Bradley, foi condenada a 35 de prisão por ter passado mais de 700 mil documentos classificados pelo governo e por militares como confidenciais ao Wikileaks.
A sentença de Maning, classificada por muitos como excessiva e de fins intimidatórios, foi a punição mais severa por vazamento de informações oficiais jamais imposta nos EUA. A defesa de Manning alegava que a sentença ultrapassa normas legais internacionais.
A militar transgênero, que está em uma prisão militar no Estado do Kansas, ficou detida por mais tempo do que qualquer outro informante na história americana, e já tentou suicídio duas vezes.
Sua liberação também facilitará o trabalho do Departamento de Defesa, que vinha sendo pressionado a dar apoio médico e psicológico para a transição de gênero da militar.
O vazamento feito por Manning, analista de segurança do Exército no Iraque, expôs centenas de milhares de telegramas diplomáticos, documentos sobre a prisão de Guantánamo e das guerras do Iraque e do Afeganistão.
Em novembro, Manning enviou um pedido oficial de clemência à Casa Branca, por acreditar que era sua última chance “em muito tempo” de conseguir a liberdade.