A polícia argentina prendeu nesta sexta-feira o advogado Marcelo D’Alessio, acusado por um empresário de pedir propina em nome de um procurador para livrá-lo de ser investigado no processo por corrupção que envolve a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015).
A detenção foi decretada pelo juiz federal Alejo Ramos Padilla, que está à frente do processo, após a denúncia do empresário do setor agropecuário Pedro Etchebest. O magistrado expediu um mandado de busca e apreensão na casa do advogado nos arredores de Buenos Aires, onde foi D’Alessio foi detido.
Nessa inspeção foram encontradas armas de alta tecnologia, equipamentos de espionagem, carros, computadores, uma placa da DEA (Administração para o Controle de Drogas dos Estados Unidos) e camisas com a identificação do FBI, segundo fontes judiciais citadas pela agência estatal “Télam”.
Etchebest afirmou que D’Alessio lhe disse que outro investigado no processo tinha mencionado seu nome como cúmplice no esquema de corrupção e pediu US$ 300 mil para que não fosse envolvido, alegando sua proximidade com o procurador do caso, Carlos Stornelli.
O próprio Stornelli denunciou D’Alessio na última terça-feira em outro juizado por “defraudação”, um crime previsto para quem subornasse “com pretexto de suposta remuneração aos juízes ou outros funcionários públicos”.
Dias antes, a primeira reação de Stornelli foi afirmar que o caso se tratava de uma “clara operação para prejudicar a investigação”, que aponta uma suposta rede de pagamentos de propina em troca de contratos públicos e pela qual já foram presos vários ex-funcionários do alto escalão kirchneristas e empresários.
A ex-presidente Cristina Kirchner teve prisão preventiva decretada no caso dos “cadernos das propinas”, mas o pedido ainda precisa da aprovação do Congresso, já que como senadora ela conta com foro privilegiado.
// EFE