Cristina Kirchner é suspeita de aceitar propina de empresas de construção civil que, em troca, conseguiam contratos em empreitadas públicas. O juiz Claudio Bonadio pediu a prisão preventiva da ex-presidente da Argentina.
Nesta segunda-feira (17), a antiga presidente argentina, Cristina Kirchner, foi acusada formalmente de corrupção, praticada através de um grupo organizado que tinha como objetivo a recepção ilegal de dinheiro, usado como suborno, informa a TSF.
A acusação foi feita pelo juiz Claudio Bonadio, que pediu a medida de prisão preventiva para Kirchner, medida que tem ainda de ser aprovada pelo Senado.
O juiz considerou que a ex-presidente da Argentina é uma das líderes do grupo, em conjunto com seu marido Néstor Kirchner, ex-presidente que morreu em 2010, e o ex-ministro do Planejamento, Julio de Vido.
Para Bonadio, a investigação provou que foi montado um esquema complexo dentro do Estado. Esta era “uma organização criminosa constituída por funcionários públicos, que usaram meios oficiais (veículos, funcionários e celulares) e comandados pelos detentores do Poder Executivo Nacional (Néstor Carlos Kirchner e Cristina Elisabet Fernández) e pelo Ministério do Planejamento, Investimento Público e Serviços (Julio Miguel De Vido), tendo atuado entre 2003 e 2015“.
O juiz reitera que o objetivo da organização era “receber somas ilegítimas de dinheiro por parte de vários indivíduos, muitos deles contratados para obras públicas do Estado”.
O escândalo estourou no mês de agosto, quando um jornal publicou os apontamentos do motorista do ministro do Planejamento de Cristina Kirchner, que foi o responsável pela entrega da propina. Essas anotações dão conta da entrega de sacos de dinheiro em gabinetes do governo e na residência privada da antiga presidente e do falecido marido.
Nos cadernos constam detalhes minuciosos que incluem matrículas dos carros usados, horários, moradas e os montantes que eram transportados. Além disso, o motorista Oscar Centeno, fotografou e filmou todas as recolhas de dinheiro e calcula que, ao todo, teria transportado cerca de 56 milhões de dólares em dinheiro.
Ciberia // ZAP