A ex-presidente argentina Cristina Kirchner disse à Justiça ser vítima de uma “manobra de caráter criminoso” após o vazamento de uma conversa telefônica privada com o então chefe de inteligência Oscar Parrilli, após deixar o governo.
“Nos encontramos frente a uma manobra de caráter criminal, que revela de modo mais fidedigno o componente mafioso que vincula setores de poder político com alguns segmentos da justiça federal, todo eles com participação, articulação e proteção dos meios hegemônicos de comunicação”, afirmou Cristina Kirchner.
A ex-presidente argentina fez a afirmação por escrito e a apresentou nos tribunais da província de Santa Cruz, no sul do país, onde mora. O texto foi divulgado nesta sexta-feira (27) pelas redes sociais.
Além disso, Kirchner denunciou o vazamento da conversa que teve no dia 11 de julho de 2016 com seu homem de confiança e garantiu que, desde que deixou o governo, em dezembro de 2015, é “objeto de uma feroz campanha de perseguição política, midiática e judicial”.
No texto, Kirchner lembrou que o atual presidente Maurício Macri, quando era prefeito de Buenos Aires, foi processado por escutas ilegais, entre outros, a um familiar de uma vítima do atentado ao centro judeu AMIA que deixou 85 mortos em 1994.
“Só após a mudança de governo e à mercê da existência do pacto político, judicial e midiático, o engenheiro Macri continua suspenso pela justiça federal no dia seguinte a assumir a Presidência da nação, apesar de ter ficado plenamente provada a existência do sistema de escutas ilegais”, acrescentou.
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