De acordo com o portal de notícias BuzzFeed, o senador tucano e presidente do PSDB, Aécio Neves, foi citado como tendo recebido dinheiro das empreiteiras que fizeram as obras da Cidade Administrativa em Minas Gerais, entre as quais a Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez.
A informação, de acordo com o portal, veio de investigadores que trabalham na Lava Jato.
A delação da Odebrecht, inclusive, fará com que a Andrade seja chamada para um recall de sua delação, uma vez que em sua colaboração não revelou os pagamentos destinados a Aécio.
Na delação da OAS, o empreiteiro Léo Pinheiro contou que realizou repasses a Oswaldo Borges da Costa Filho, o Oswaldinho, apontado como operador e tesoureiro informal das campanhas de Aécio entre 2002 e 2014.
Pelo relato de Pinheiro, cujo acordo de delação foi suspenso no ano passado pelo STF, 3% era o montante da propina paga aos tucanos pela obra mineira.
A Cidade Administrativa de Belo Horizonte
A Cidade Administrativa foi a obra mais cara feita pelo então governador Aécio Neves, que comandou Minas Gerais entre 2003 e 2010.
Orçada em R$ 500 milhões, a Cidade Administrativa custou, segundo a Folha de São Paulo, aproximadamente R$ 2,1 bilhões.
O recebimento de recursos a partir das obras da Cidade já havia sido um dos pontos de acusação do empresário Léo Pinheiro, da OAS, numa tentativa de fechar um acordo de delação premiada com a PGR.
Após vazamento de seus anexos (tópicos sobre o que pretende delatar), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, suspendeu a delação. Até hoje o empresário aguarda que as negociações sejam retomadas.
Aécio já é investigado pela Procuradoria-Geral da República devido à chamada lista de Furnas e por supostamente ter maquiado dados da CPI dos Correios para evitar que o Banco Rural fosse ligado ao mensalão mineiro. O senador nega ambas as acusações.
Em nota ao BuzzFeed, o PSDB-MG disse que “desconhece a suposta decisão da PGR e rechaça as também supostas acusações em relação ao senador Aécio Neves”.