A Polícia Federal cumpre na manhã desta quarta-feira (22) mandados de prisão preventiva contra os ex-governadores do Rio Anthony Garotinho e sua mulher, Rosinha Matheus, ambos do PR.
Eles são acusados, ao lado de outras seis pessoas, de organização criminosa que arrecadava recursos de forma ilícita com empresários com o objetivo de financiar as próprias campanhas eleitorais e a de aliados, inclusive mediante extorsão. Rosinha e Garotinho foram presos em Campos e levados para a Superintendência da PF na cidade.
O ex-secretário de governo de Rosinha também é um dos alvos da operação. Há ainda um mandado de prisão contra o ex-ministro dos Transportes Antônio Carlos Rodrigues, presidente nacional do PR. A investigação aponta que ele intermediou o repasse ilícito à campanha do ex-governador em 2014.
Os mandados de prisão foram expedidos pelo juiz Glaucenir de Oliveira, titular da 98ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.
Uma das pontas do esquema foi revelada pelo delator Ricardo Saud, diretor de Relações Institucionais da JBS, que contou, em depoimento na Superintendência da PF no Rio no dia 24 de agosto, que repassou R$ 2,6 milhões, via caixa dois, à campanha de Garotinho ao governo do estado em 2014.
O dinheiro da JBS, segundo Saud, fazia parte de um montante de R$ 20 milhões usado pela empresa para comprar o apoio do PR ao PT na eleição de 2014. Os recursos representavam uma “poupança” referente a benefícios irregulares conquistados pela empresa, como linhas de crédito no BNDES.
Garotinho e Rosinha são acusados ainda de corrupção passiva, extorsão, lavagem de dinheiro e pelo crime eleitoral de omitir doações nas prestações de contas.
“Perseguição”
Em nota distribuída por sua assessoria de imprensa, o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, atribui a sua prisão e a de sua mulher a uma perseguição que, explica, vem sendo vitima desde que denunciou o esquema do ex-governador Sérgio Cabral na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Com o título “Querem Calar o Garotinho mais uma vez”, a nota destaca que quem assinou o pedido de prisão foi o juiz Glaucenir de Oliveira, “o mesmo que decretou a primeira prisão de Garotinho no ano passado, logo após ele ter denunciado [o desembargador] Luiz Zveiter à Procuradoria Geral da República”.
Garotinho sustenta, ainda, que “nem ele nem nenhum dos acusados cometeu crime” e, conforme disse nesta terça-feira (21) em um programa, foi alertado por um agente penitenciário a respeito de uma reunião entre Sérgio Cabral e o deputado estadual Jorge Picciani, presidente da Alerj, durante a primeira prisão do parlamentar, semana passada, no presídio de Benfica.
“Na ocasião, o presidente da Alerj [Picciani] teria afirmado que iria dar um tiro na cara do Garotinho”, diz a nota.
Ela ressalta que a ordem de prisão dada pelo juiz Glaucenir é para que Garotinho vá com a esposa, Rosinha, para o presídio de Benfica, “justamente onde estão os presos da Lava Jato”. No comunicado, a assessoria do ex-governador frisa que “essa operação à qual Garotinho e Rosinha respondem não tem relação alguma com a Lava Jato”.
Ciberia // GNI / Agência Brasil
É que nem diarreia, prende , mas de pois não consegue segurar.