Graças à rede do telescópio ALMA localizada no Chile, astrônomos descobriram duas galáxias que até agora permaneciam escondidas por uma espessa cortina de poeira.
As galáxias ocultas que se formaram há mais de 13 bilhões de anos, cerca de 800 milhões de anos após o surgimento do próprio Universo, podem ajudar os pesquisadores a encontrar outros objetos antigos encobertos por poeira, aponta estudo.
Equipe de cientistas liderada pelo astrônomo Yoshinobu Fudamoto do Instituto de Pesquisa de Ciência e Engenharia da Universidade de Waseda, no Japão, e do Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ, na sigla em inglês), detectou por acaso sinais espectrais de duas galáxias enquanto estava estudando outras galáxias vizinhas que brilham muito mais intensamente em luz ultravioleta (UV).
A rede de telescópios ALMA pode observar ao longo de grandes distâncias e através de ambientes empoeirados para ver objetos de uma era antiga, conhecida como “aurora cósmica” ou a “época da reionização”, quando se formaram as primeiras estrelas e galáxias.
Durante um vasto programa que está em curso, chamado REBELS, os astrônomos utilizaram ALMA para observar as emissões de 40 galáxias-alvo em um período em que o Universo tinha apenas 5% da sua idade atual.
A equipe estava examinando duas galáxias conhecidas como REBELS-12 e REBELS-29 quando detectaram padrões borrados de emissões localizados a vários milhares de anos-luz das fontes mais brilhantes conhecidas.
Observações posteriores revelaram que os sinais obscuros pertenciam a duas galáxias previamente desconhecidas que estavam escondidas por espessas nuvens de poeira. Os objetos, denominados de REBELS-12-2 e REBELS-29-2, são invisíveis em UV e luz óptica e só eram detectáveis por ALMA devido à sua suscetibilidade a comprimentos de ondas infravermelhos distantes.
“Estas novas galáxias não foram notadas por serem extremamente raras, mas apenas porque estão completamente obscurecidas pela poeira”, disse Fudamoto.
“É possível que até agora não tenhamos conseguido detectar uma em cada cinco galáxias no Universo primordial”, observa astrônomo, afirma o portal Vice.
A equipe sugere que “no futuro é necessário realizar um estudo abrangente sobre essas fontes”.
// Sputnik