Neste domingo (12) foi lançada ao espaço a missão Cygnus que, para além de abastecer a Estação Espacial Internacional (ISS), levou consigo o satélite E. coli AntiMicrobial (EcAMSat) para testar como as microbactérias se desenvolvem em microgravidade.
A missão Cygnus entregou cerca de 3,3 toneladas de alimentos, equipamentos e materiais para experiências científicas. No entanto, desta vez, levou com ela um dos agentes patogênicos mais conhecidos do mundo, responsável por milhões de infecções e doenças: a bactéria E. coli.
A famosa Escherichia coli vai participar de um estudo de resistência a antibióticos, um fenômeno que aumenta em escala global, preocupando a comunidade médica e científica.
A experiência irá examinar a forma como a microgravidade prejudica a capacidade da E.coli de se reproduzir quando exposta a antibióticos. Em comunicado, a NASA afirmou que “o efeito dos voos espaciais sobre a resistência bacteriana da E.coli, assim como sua base genética, serão demonstrados” nesta experiência.
Desde que os seres humanos começaram a usar antibióticos, em meados do séculos XX, bactérias patogênicas como a E.coli desenvolveram novos genes que os tornaram cada vez mais resistentes a antibióticos.
De acordo com a agência espacial, o problema pode representar um grande perigo para os astronautas, tendo em conta que no espaço o sistema imunológico se debilita.
Os especialistas estão confiantes de que os resultados desta experiência podem ajudar a projetar medidas eficazes para proteger a saúde dos astronautas durante as missões espaciais de longo prazo.
A experiência irá determinar a menor concentração de antibiótico que inibe o crescimento bacteriano. O conhecimento adquirido nesta experiência pode ser útil para prescrever a dose correta de antibióticos para futuros viajantes espaciais.
Na Terra, o estudo irá ajudar a entender como o micro-organismo responde a vários “níveis de estresse” e diferentes concentrações de antibióticos para o desenvolvimento de medicamentos mais eficazes.
A E.coli, assim como outras bactérias, mostrou uma resistência crescente ao longo do tempo, levando ao aparecimento de superbactérias. Perante estes micro-organismos, os cientistas se sentem impotentes porque, mesmo tentando combatê-las, poderiam fazer com que se desenvolvessem ainda com maior resistência.
// ZAP