O movimento islâmico Hamas apelou nesta quinta-feira (7) a uma nova revolta popular palestina contra a decisão de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.
Nesta quinta, o grupo Hamas, liderado por Ismail Haniyeh, convocou uma Intifada – o nome que os palestinos dão às revoltas populares. O apelo surge um dia depois do presidente dos EUA ter reconhecido Jerusalém como a capital de Israel.
“Que o 8 de dezembro seja o primeiro dia da intifada contra o invasor“, declarou Ismail Haniyeh. O líder do Hamas acrescentou ainda que “o chamado acordo de paz foi enterrado de uma vez por todas”.
Após o anúncio de Donald Trump, choveram críticas de todo o mundo, sinais de preocupação, com apenas Israel celebrando a decisão do presidente dos EUA. Além disso, O exército israelense anunciou que vai destacar forças suplementares na Cisjordânia, território palestino ocupado.
No anúncio, o presidente dos EUA disse que esta era uma medida que “há muito tempo que já deveria ter sido tomada”. Os Estados Unidos se transformaram assim no único país do mundo a reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.
No discurso, o presidente norte-americano disse que continua defendendo uma solução de “dois Estados” naquela região – Palestina e Israel – e disse que “fará tudo para promover uma solução pacífica”, enquanto assinava a ordem de transferência da embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém.
Trump apelou à “calma” e à “tolerância” e indicou que seu vice-presidente, Mike Pence, irá se deslocar ao Oriente Médio “nos próximos dias”. “Hoje apelamos à calma, à moderação, e que as vozes da tolerância se sobreponham a quem propaga o ódio”, declarou o presidente dos EUA.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também reagiu à decisão norte-americana, reafirmando que “não há alternativa à solução de dois estados. Não há plano B. Vou fazer tudo nos meus poderes para apoiar os líderes israelenses e palestinos no regresso a negociações significativas”.
Com cada vez mais líderes mundiais se manifestam com preocupações sobre a decisão de Trump, pois coloca o país às avessas com a comunidade internacional.
Oito das 15 nações que compõem o Conselho de Segurança da ONU pediram, com caráter de emergência, ao organismo que convocasse uma reunião até o final desta semana. O encontro foi marcado para esta sexta-feira (8) a pedido da França, Bolívia, Egito, Itália, Senegal, Suécia, Reino Unido e Uruguai e contará também com a presença de Guterres.
O que são as Intifadas?
Na sua história, os palestinos já passaram por duas Intifadas, o nome popular para protestos dos palestinos da Cisjordânia contra Israel.
As intifadas foram utilizadas pelos palestinos como instrumentos de resistência e, em ambas as vezes, acabaram se transformando em longos ciclos de violência de difícil resolução.
A primeira aconteceu há precisamente 30 anos, com a população civil a atirar, espontaneamente, paus e pedras contra os militares israelenses.
A segunda Intifada surge com Arafat recusando a proposta de paz de Israel e teve início em 29 de setembro de 2000, o dia seguinte à caminhada de Ariel Sharon, ex-primeiro-ministro israelense, pela Esplanada das Mesquitas e no Monte do Templo, nos arredores da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém – área considerada sagrada tanto por muçulmanos quanto por judeus
Ciberia // ZAP