Cientistas norte-americanos descobriram cerca de 8 mil combinações de medicamentos que conseguem combater bactérias resistentes a antibióticos, embora essas bactérias consigam resistir aos medicamentos individualmente.
Para ajudar a resolver o crescente problema da resistência aos antibióticos, os cientistas apresentaram mais de 8 mil novas combinações de antibióticos que se mostraram surpreendentemente eficazes no combate às bactérias nocivas.
Biólogos da Universidade da Califórnia (UCLA), em Los Angeles, usaram um sistema de testes metódicos para identificar essas combinações, misturando quatro ou cinco medicamentos de cada vez.
“Há a tradição de se usar apenas uma droga, talvez duas”, diz a pesquisadora Pamela Yeh. “Com esse estudo, estamos oferecendo uma alternativa que parece muito promissora. Não devemos nos limitar a drogas isoladas ou combinações de duas drogas. Esperamos que várias dessas combinações funcionem muito melhor do que os antibióticos existentes”.
Publicado recentemente na revista científica Systems Biology and Applications, esse estudo pode ser o primeiro passo no sentido de conseguir enfrentar aquela que é atualmente uma das maiores ameaças à saúde pública mundial.
Até agora, acreditava-se que a desvantagem de combinar antibióticos suplantava um benefício devido à possibilidade de criar interações prejudiciais ao organismo. Mas os pesquisadores conseguiram contrariar isso mesmo com a descoberta de milhares de combinações de quatro ou cinco comprimidos que provaram ser muito eficazes.
Segundo a revista portuguesa Visão, foram tidos em conta oito antibióticos comuns e durante a realização do estudo foram observadas como todas as combinações possíveis, com doses variadas, funcionavam contra a bactéria E.Coli. Quando combinados, os medicamentos têm um efeito diferente.
Os cientistas suspeitam que o sucesso deveu-se, em parte, ao fato de diferentes medicamentos atacarem a bactéria de diferentes formas. Os oito antibióticos abrangem seis mecanismos diferentes para combater a E. coli e, em alguns casos, parecem ser mais eficazes do que uma única abordagem.
Apesar de o estudo oferecer novas esperanças no que diz respeito à resolução do problema da resistência aos antibióticos, os tratamentos podem ainda demorar vários anos. Além disso, a pesquisa mostra apenas efeitos potenciais em laboratório, e somente contra a E. coli.
Ao contrário do que possamos pensar, não se trata de uma simples combinação de qualquer tipo de medicamentos: eles precisam ser cuidadosa e sistematicamente escolhidos para tratar problemas específicos, avisam os cientistas.
Ciberia // ZAP