A associação ambientalista Zero revelou nesta terça-feira (1º) que a partir de hoje a humanidade atinge o limite e recursos disponíveis para este ano, mais cedo do que em 2016, quando o marco foi ultrapassado em 8 de agosto.
De acordo com a Zero, o último ano em que a humanidade respeitou o “orçamento natural anual”, fazendo com que os recursos existentes no planeta chegassem para o ano inteiro, foi há quase 50 anos, em 1970.
“Em um mundo onde persiste uma enorme desigualdade em termos de distribuição de rendimentos e acesso a recursos naturais, estes dados são claros sobre a necessidade de se produzir e consumir de forma muito diferente”, defendem.
O Overshoot Day, dia em que os recursos se esgotam, “nos indica que estamos forçando os limites do planeta cada vez com maior intensidade, uma tendência que é urgente mudar para o bem da Humanidade e da sua qualidade de vida”, acrescenta.
Reduzir para mudar
Entre as várias propostas da Zero para reduzir o deficit ambiental está a aposta em uma economia circular, em que “a utilização e reutilização de recursos é maximizada” e que segundo os ambientalistas deverá ser “uma prioridade transversal a todas as políticas públicas”, abandonando a política do usar e jogar fora.
“O ponto principal deverá ser a redução no uso de materiais, a promoção da reutilização e a extensão dos tempos de vida dos bens e equipamentos. Para ser eficaz, teremos que mudar o paradigma de ‘usar e jogar fora’, muito assente na reciclagem, incineração e deposição em aterro, para um paradigma de ‘ter menos, mas de melhor qualidade’”, defende a associação.
A promoção de uma dieta alimentar saudável e sustentável, com a redução do consumo de proteína de origem animal e um aumento significativo do consumo de hortícolas, frutas e leguminosas secas, é outra das propostas da Zero.
“Trará enormes benefícios à saúde de todos e uma redução significativa no impacto ambiental associado à alimentação”, destacam os ambientalistas.
A Zero propõe ainda a promoção da mobilidade sustentável em diferentes estratégias, designadamente a melhoria do acesso e das condições em que operam os transportes públicos, a disponibilização de condições e infraestruturas que estimulem a “mobilidade suave” e o compartilhamento do transporte (‘car-sharing’).
“Evitar usar o cartão de crédito ambiental é um investimento no nosso bem-estar e qualidade de vida. Viver com pleno respeito pelos generosos limites do Planeta Terra é a única forma de garantirmos um melhor futuro para todos”, defende a Zero.
// ZAP
É, parece que as pessoas são perceber isso quando os recursos esgotarem.