Pesquisadores do Departamento de Energia dos Estados Unidos e da Universidade de Princeton desenvolveram uma nova teoria sobre o plasma que pode auxiliar os cientistas a descobrir mais sobre erupções solares e energia de fusão, e a escreveram em um artigo científico.
A maioria das pesquisas a esse respeito tem foco em reatores de “confinamento magnético”, que usam ímãs poderosíssimos para fundir plasma de hidrogênio em hélio. Um dos maiores problemas a respeito desta técnica é que o próprio plasma gera novos campos magnéticos, que causam estragos nas reações.
O plasma é a fase da matéria que gera energia para as conhecidas luzes de neon, sendo também o combustível natural que alimenta os raios durante as tempestades. O material geralmente contém partículas carregadas que geram campos magnéticos.
Estes campos podem se quebrar em um processo conhecido como reconexão magnética. É isso que causa tempestades solares e de raios cósmicos, além das conhecidas auroras boreais.
No entanto, existe algo que desafia as leis da física, que não conseguem explicar por que motivo os campos se partem e se reconectam tão rapidamente.
A reconexão magnética é algo intrigante que ocorre dentro dos reatores de confinamento conhecidos como Tokamak. Quando os campos criados pelo plasma mudam rapidamente de direção, eles podem quebrar os campos externos, mantendo o plasma em posição, e assim reduzindo as forças que seriam necessárias para sustentar a reação.
Para resolver essa questão, os pesquisadores norte-americanos examinaram algo chamado de “instabilidade plasmoide“, o que faz com que folhas magnéticas bidimensionais se contraiam em “ilhas” bem menores.
Uma vez quem uma destas folhas se quebra em determinado ponto, a instabilidade plasmoide ocorre em um curto período de tempo, levando a um crescimento explosivo de plasmoides. Isso força os campos a reassumirem sua forma, porém em uma orientação diferente, causando como resultado as faíscas solares e outros fenômenos parecidos.
Os cientistas ainda não têm certeza do real motivo que levaria à formação das ilhas, já que isso parece desafiar as leis da física. No entanto, o trabalho abre caminho para que mais cientistas possam estudar e prever tempestades solares e de raios gama, bem como outros tipos de atividades cósmicas ou mesmo atmosféricas violentas.
Mais importante que isso, a descoberta pode levar a um melhor entendimento dos campos magnéticos causados por plasma no interior de reatores Tokamak. Se já é possível ter uma ideia do que ocorre nestes reatores, podemos resolver a maioria dos problemas relacionados a energia que ocorrem em nosso planeta.
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