Os biólogos encontraram em fontes termais do Parque Nacional de Yellowstone um micróbio muito incomum que cresce quando tem comida de poucas calorias, e não se reproduz caso haja alimentação com elevado teor de calorias.
“Habitualmente as grandes fontes de energia sustentam grande quantidade de micróbios e a comida ‘má’ não representa interesse para ninguém. Se verificou que, para o Acidianus, a situação é diferente”, conta Everett Shock da Universidade do Estado do Arizona em Tempe (nos EUA).
Os lagos e fontes quentes da Caldeira de Yellowstone, no ocidente dos EUA, são um dos lugares mais estranhos da Terra, onde existem microrganismos muito incomuns capazes de viver em condições infernais, sobreviver à radiação muito forte, e ao calor extremo, se alimentar de enxofre e viver em ácidos.
O estudo de tais micróbios, supõem os cientistas, ajudará a perceber quais são as chances de surgimento da vida fora da Terra e em que condições ela pode decorrer. Vários destes micróbios podem crescer e se reproduzir, por exemplo, nas camadas profundas do solo de Marte ou nas águas das luas de Saturno ou de Júpiter.
A razão porque estes micróbios são tão parcimoniosos e preferem viver em condições de deficit energético, Shock e seus colegas não revelam. Mas os cientistas supõem que isto pode estar ligado com a acessibilidade da comida.
O hidrogênio e o enxofre, dos quais o Acidianus se alimenta, se encontram mais frequentemente do que outros compostos mais ricos em energia. Assim, estes micróbios, que se acostumaram a se alimentar assim, estão protegidos da fome, caso não haja outra comida.
Tudo isso mostra que nem todos os seres vivos na Terra e fora dela usam a comida mais rica em calorias para se alimentar. A descoberta, segundo Everett Shock, pode mudar a nossa percepção sobre a vida extraterrestre e sobre onde a buscar.
A pesquisa foi publicada em um artigo da revista Nature Geoscience.
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