A Dinamarca pretende banir para uma ilha remota requerentes de asilo cujos pedidos tenham sido rejeitados ou que tenham cadastro, revelou nesta terça-feira (4) um deputado de um partido apoiante do governo dinamarquês.
Segundo Martin Henriksen, deputado do Partido Popular Dinamarquês (PPD), uma formação anti-imigração que apoia o governo de centro-direita, a iniciativa do executivo “é um sinal para todo o mundo de que a Dinamarca não é atrativa” para imigrantes.
Embora considerando que esse projeto do governo pode representar uma violação do direito internacional, Henriksen acrescentou que seu partido não “se importa de desafiar as convenções [internacionais]”.
De acordo com o relato do Copenhagen Post, a decisão foi uma contrapartida na qual o governo dinamarquês cedeu para garantir a aprovação do Orçamento do Estado por parte do Partido Popular Dinamarquês – força política anti-imigração e com tendências de extrema-direita.
Em comunicado, a ministra dinamarquesa da Imigração e Integração, Inger Støjberg, mostrou-se “agradada” com o compromisso de “estabelecer um centro de saída na ilha de Lindholm para os criminosos que vivem nesse momento no Centro de Kærshovedgård”.
Os visados “não são desejados no país e, com o novo centro de saída na ilha de Lindholm, vamos enviar um sinal de que não têm futuro na Dinamarca”, acrescentou.
Por sua vez, o PPD se parabenizou com a medida, publicando um vídeo no Twitter no qual é possível ver um homem de pele escura e vestes árabes deixado numa ilha remota de barco.
“Expulsos, os estrangeiros criminosos não têm nada para fazer na Dinamarca”, “até que possamos nos ver livres deles, vamos mandá-los para a ilha de Lindholm (…) onde serão obrigados a ficar no novo centro à noite”, pode-se ler no vídeo.
A isolada ilha de Lindholm foi, até o meio do ano, um local de experiências laboratoriais do Instituto de Veterinária do Estado, que investigava doenças animais contagiosas. Localizada na Baía de Stege, a ilha tem sete hectares e fica a cerca de dois quilômetros ao sul da Zelândia, informa o New York Times.
O plano, adotado na semana passada pelo governo e pelo PPD – garantindo ambos os 90 votos para obterem uma maioria –, consiste em descontaminar a ilha desabitada e criar instalações para imigrantes, a fim de alojar cerca de 100 pessoas em 2021.
Ciberia // ZAP