A Alemanha, uma das principais economias da Europa, tem um dos exércitos mais mal equipados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), de acordo com um documento confidencial do Ministério da Defesa alemão que foi divulgado por órgãos de informação.
Segundo o relatório publicado pelo jornal Die Welt, o exército alemão tem falta de tanques e veículos terrestres, mas também de coisas mais básicas como coletes de proteção à prova de balas, abrigos de inverno apropriados, material de visibilidade noturna e lança-granadas.
As deficiências podem levar o país a não conseguir responder aos compromissos assumidos com a Otan no âmbito da missão internacional de intervenção rápida no leste da Europa – a designada Very High Readiness Joint Task Force (VJTF).
A Alemanha deve assumir a liderança da VJTF a partir de 2019. Mas, atualmente, o exército alemão só tem 9 tanques disponíveis, quando se está previsto que sejam usados 44 na missão. E dos 14 veículos blindados de infantaria alocados para a missão, apenas três funcionam porque faltam peças sobresselentes aos restantes.
Os aviões da Força Aérea também não estariam nas melhores condições, como no caso dos aviões de combate Eurofighter e Tornado, que só estariam operacionais durante alguns meses do ano, ficando o período restante em manutenção.
A situação leva a oposição a criticar a ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, que é acusada de usar o cargo apenas para promoção pessoal. Von der Leyen tem sido apontada como uma potencial sucessora de Angela Merkel no cargo de chanceler alemã.
Mas estas deficiências do exército alemão não são de agora, informa o investigador Mark Galeotti, responsável pelo Centro para a Segurança Europeia, que tem sede em Praga, na República Tcheca.
“Durante muito tempo, a Alemanha gastou dramaticamente e, sejamos honestos, se envolveu no manto da sua política externa não-militarista”, refere Mark Galeotti em declarações ao Deutsche Welle.
Ciberia // ZAP