O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin, de 86 anos, foi condenado nesta quarta-feira (22) em Nova York, nos Estados Unidos, a quatro anos de prisão por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, fraude financeira e formação de organização criminosa.
A Justiça americana considerou Marin culpado de crimes cometidos no período em que comandou a CBF (2012-2015).
A sentença foi lida pela juíza Pamela Chen, da Corte Federal do Broklyn, no distrito leste de Nova York. A juíza determinou ainda o confisco de US$ 3,35 milhões (R$ 13,63 milhões) – valor em poder de Marin – e aplicou multa de US$ 1,2 milhão (R$ 4,88 milhões).
No início da sessão, Pamela havia sugerido uma pena de 7 anos de prisão, mas acabou acatando o pedido da defesa de Marin e reduziu a sentença.
Os advogados embasaram o pedido na idade avançada de Marin e no fato de a idade média de presos nos Estados Unidos ser 36 anos.
O ex-presidente da CBF foi julgado e considerado culpado por sete crimes, que ocorreram durante seu mandado em edições da Copa América, Taça da Libertadores da América e Copa do Brasil.
Segundo a imprensa, que acompanhou o julgamento no local, Marin chorou muito ao receber o veredicto, acompanhado da esposa Neusa Marin, de 79 anos.
Atualmente, Marin está detido em uma penitenciária no bairro nova-iorquino do Brooklyn, mas a defesa pediu sua transferência, alegando más condições de tratamento aos detentos. Os advogados querem a transferência dele para uma prisão federal na Pensilvânia.
No julgamento, os defensores de Marin destacaram que ele é idoso e que, por isso, não deve ser tratado como prisioneiro comum.
Em dezembro do ano passado, ele já havia sido condenado pelos crimes da sentença desta quarta. No julgamento também foi condenado o ex-presidente da Conmebol Juan Angel Napout, por fraude bancária e organização criminosa.
Ambos foram enviados para a prisão no Broklyn em dezembro do ano passado. A acusação afirmou que Marin recebeu U$ 6,5 milhões em propina de empresas de marketing esportivos, durante negociação de contratos de comerciais dos campeonatos na América do Sul.
Marin foi extraditado em maio de 2015 para os Estados Unidos, após a investigação ter se tornado pública.