Nesta sexta-feira (6), Park Geun-hye, ex-presidente da Coreia do Sul, foi condenada a 24 anos de prisão no caso em que foi acusada de corrupção, abuso de poder e coerção.
“A presidente abusou do poder que lhe foi dado pelos cidadãos”, disse o juiz na leitura da sentença. A decisão envolve ainda o pagamento de uma multa de cerca de R$ 57 milhões.
De acordo com o Público, o tribunal deu como provado que Park agiu em conluio com a amiga Choi Soon-sil para receber milhões de won das grandes empresas sul-coreanas, para ajudar a família de Choi e organizações sem fins lucrativos.
A acusação pedia 30 anos de prisão e uma multa de 118 bilhões de won (por volta de R$ 375 milhões) pelos 18 crimes cometidos.
Durante a leitura da sentença, o juiz Kim Se-yoon disse que “a ré abusou do poder presidencial que lhe foi confiado pela população, e como resultado, causou um enorme caos nos assuntos de Estado, que resultou na sua impugnação, algo sem precedentes”.
Park Geun-hye, de 66 anos, sempre negou qualquer ato de corrupção e não esteve presente no tribunal. A sentença foi transmitida ao vivo pela televisão, algo que nunca tinha acontecido até hoje, uma vez que as autoridades sul-coreanas consideraram que o caso tinha interesse público.
Em frente ao tribunal, se reuniu uma multidão com cerca de mil apoiantes da ex-presidente, que criticam o sistema judicial, considerando que “o império da lei está morto” na Coreia do Sul.
Park Geun-hy foi a primeira mulher eleita para a presidência da Coreia do Sul e a primeira chefe de Estado a ser destituída, em dezembro de 2016, desde que o país voltou a realizar eleições democráticas. A decisão obrigou à antecipação das eleições presidenciais, vencidas pelo liberal Moon Jae-in.
Ciberia // ZAP