Ampliada milhares de vezes, a imagem de um fígado humano parece uma árvore, uma concentração de células lembra um jardim asiático e partículas de substâncias químicas remetem ao formato de uma flor.
Provar que pode haver arte e muita beleza no que está distante do alcance dos nossos olhos é o que pretende a exposição Mundos Invisíveis – Mostra de Arte Científica Brasileira, inaugurada nessa terça-feira (26) no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.
A mostra é uma realização do museu em parceria com o coletivo multidisciplinar Art Bio, que tem como objetivo usar a arte como forma de romper a barreira entre o conhecimento científico e a população.
Em 24 telas, cientistas de diversas instituições brasileiras mostram ao público fascínios ocultos antes restritos aos pesquisadores, por meio de seus microscópios.
Diversas técnicas foram utilizadas para criar as telas, como a microscopia eletrônica de varredura, que consegue fazer ampliações de até 300 mil vezes com boa resolução. Além do forte apelo estético, as imagens representam inovações nas técnicas de visualização, contribuindo para o próprio avanço científico.
“Esses documentos técnicos de grande importância para o desenvolvimento da ciência podem ser considerados autênticas expressões artísticas contemporâneas, com poder de criar imediata conexão com a sociedade”, disse De Aquino, um dos coordenadores da ArtBio.
Para a direção do Museu do Amanhã, a exposição reafirma o compromisso da instituição de levar a ciência ao grande público, traduzindo, explicando e desmistificando o assunto.
“Compartilhar o valor estético e educativo dessas obras é reconhecer a importância dos trabalhos e uma forma de homenagear importantes instituições brasileiras, que enfrentam, muitas vezes, recursos escassos e enormes dificuldades”, destacou o gerente de exposições do museu, Leonardo Menezes.
A exposição Mundos Invisíveis – Mostra de Arte Científica Brasileira fica em cartaz até 7 de janeiro de 2018 e pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. O Museu do Amanhã fica na Praça Mauá, no centro do Rio.