Maior pássaro da história pesava tanto quanto um dinossauro

(dr) Jaime Chirinos

Ilustração de um pássaro-elefante e seu filhote

Cientistas da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL), no Reino Unido, fecharam o debate sobre qual foi a maior ave da história: Vorombe titan tinha até 800 quilos e três metros de altura.

A maior ave da história, uma nova espécie de pássaro-elefante agora identificada, pesava tanto quanto um dinossauro quando viveu em Madagascar, há mais de mil anos, conta o site Live Science.

Esse pássaro monstruoso, parecido com um avestruz e que entretanto foi extinto pelos nativos, pesava até 800 quilos, tinha três metros de altura e, assim como os avestruzes, também não conseguia voar, explica o estudo publicado na quarta-feira (26) na Royal Society Open Science.

Desde 1800, os cientistas guardam amostras dos ossos desse animal (da família dos Aepyornithidae), mas erroneamente pensavam que se tratava de outra espécie de pássaro-elefante, conhecida como Aepyornis maximus, explica James Hansford, o principal responsável por esse estudo, da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL).

Com recurso a uma fita métrica e pinças, Hansford analisou centenas de ossos de pássaros-elefantes que se encontravam em museus de todo o mundo. Depois de medir seus tamanhos, o cientista descobriu que os ossos eram de grupos distintos, revelando três gêneros e quatro espécies diferentes.

A ave recentemente descoberta foi apelidada de Vorombe titan, cujo nome Vorombe significa “pássaro grande” em malgaxe, uma língua malaio-polinésia. Por sua vez, titan é um retrocesso ao Aepyornis titan, espécie que, em 1894, o paleontólogo britânico C.W. Andrews pensava ser a maior existente e que foi descartada como um exemplar maior do já conhecido A. maximus.

De acordo com o Live Science, quando esses herbívoros foram extintos pelos humanos, o ecossistema mudou e as plantas que dependiam dos pássaros para comer e dispersar sementes enfrentaram uma dura batalha para sobreviver.

Esses pássaros-elefantes “tiveram, sem dúvida, um impacto significativo na paisagem da antiga Madagascar. A sua extinção deixou um buraco que precisamos pensar em conservar na sua ausência”, afirma Hansford.

“Sem uma compreensão precisa da diversidade das espécies passadas, não conseguimos entender adequadamente a evolução ou a ecologia em sistemas insulares únicos como Madagascar ou reconstruir exatamente o que se perdeu desde a chegada dos humanos a essas ilhas. Conhecer a história da perda da biodiversidade é essencial para determinar como conservar as espécies ameaçadas nos tempos atuais”, afirma Samuel Turvey, copesquisador nesse estudo, citado pela Europa Press.

Ciberia // ZAP

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