Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, foi detido essa quinta-feira (22) e está em prisão preventiva por suspeitas de ter pedido pagamentos de propinas para o Partido dos Trabalhadores (PT) em troca de favores para empresas investigadas pela Operação Lava Jato.
Segundo informações divulgadas num comunicado do Ministério Público Federal (MPF), o ex-ministro teria ajudado a OSX e a construtora Mendes Junior a vencer uma licitação para a construção de duas plataformas da Petrobras (a P-67 e P-70) com contrato no valor de US$ 922 milhões (R$ 3 bilhões), em troca de pagamentos ilícitos ao PT.
A negociação ilícita teria sido confirmada à justiça brasileira pelo empresário Eike Batista, ex-presidente do Conselho de Administração da OSX, num depoimento ao MPF.
“Eike Batista declarou que, em 01/11/2012, recebeu pedido de um então ministro e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, para que fizesse um pagamento de cinco milhões de reais, no interesse do Partido dos Trabalhadores”, refere o comunicado.
Para pagar a propina, o executivo da OSX teria sido orientado a firmar um contrato ideologicamente falso com uma empresa ligada a publicitários já denunciados na Operação Lava Jato por disponibilizarem seus serviços para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes.
Já a Mendes Júnior teria sido responsável pela entrega de sete milhões de reais a um operador financeiro ligado a um partido político e à Diretoria Internacional da Petrobras, já condenado no âmbito da Operação Lava Jato.
O MPF destacou ainda que a OSX e a Mendes Junior “não detinham tradição no mercado específico de construção e integração de plataformas e por isto viabilizaram sua contratação pela Petrobras mediante o repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos”.
Desde o início da manhã, a policia federal do Brasil cumpre oito mandatos de prisão temporária, oito mandatos de condução coercitiva e 32 mandados de busca e apreensão nos estados de Minas Gerais, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul.
Além de Guido Mantega, são alvos da 34ª fase da Operação Lava Jato, denominada de Arquivo X, executivos das empresas Mendes Júnior e OSX Construção Naval S.A., assim como representantes de outras empresas por elas utilizadas para receber repasse de vantagens indevidas.
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