O prefeito de uma cidadezinha francesa, situada a cerca de uma hora de Paris, decretou que é proibido morrer em casa. Uma decisão “absurda”, como o próprio admite, mas por uma boa causa.
Estamos falando de Laigneville, uma localidade do departamento do Oise, na região da Picardia, com cerca de cinco mil habitantes, onde, a partir de agora, é proibido morrer em casa.
O decreto assinado pelo prefeito Christophe Dietrich surge depois do caso de um idoso que faleceu em casa e cuja morte só foi confirmada por um médico cinco horas depois.
Como um cadáver não pode ser removido do local enquanto não for emitido o certificado de óbito, estamos perante uma situação “perigosa e indigna”, conforme lamenta Dietrich em uma publicação no Facebook.
Assim, o prefeito resolveu tomar uma medida “absurda” para alertar as autoridades para a falta de médicos na região, uma vez que este tipo de situação vem se repetindo.
“Considerando a falta de médicos e considerando a impossibilidade de poder constatar um óbito de forma decente, assinei, nesta manhã, um decreto que interdita os habitantes de Laigneville de morrerem em suas casas”, escreve no Facebook.
“Vão me dizer que isso é totalmente absurdo! Efetivamente é! É tanto como o absurdo da situação com que temos sido confrontados”, acrescenta o prefeito que diz ter feito vários apelos ao Governo sem ter obtido resposta.
A cidadezinha só tem dois médicos que estão próximos da aposentadoria.
Alguns médicos aproveitam para criticar o prefeito, considerando sua reação “excessiva” e frisando que deveria antes “se perguntar porque é que os médicos não ficam” na localidade, cita o jornal Le Parisien.
Já Christophe Dietrich sugere ao Governo algumas medidas para resolver o problema, como decretar uma quota de médicos por número de habitantes ou obrigar os jovens diplomados a permanecerem na região de formação, durante os primeiros anos do exercício da atividade.
// ZAP