22 mulheres alegaram que o câncer nos ovários foi causado por décadas de utilização de talco em pó com amianto da marca Johnson & Johnson.
A multinacional norte-americana Johnson & Johnson foi condenada, nesta quinta-feira (12), a indenizar em mais de 4 bilhões de euros 22 mulheres que afirmam ter contraído câncer no ovário depois de utilizarem produtos da marca.
O veredito foi conhecido depois de cinco semanas de testemunhos e alegações por parte de vários especialistas da defesa e da acusação, em um tribunal de St. Louis, no estado do Missouri, nos Estados Unidos.
Durante o julgamento, especialistas médicos testemunharam que o amianto, famoso cancerígeno, é misturado com o talco mineral, principal ingrediente do talco em pó da Johnson & Johnson (J&J).
De acordo com o principal advogado da acusação Mark Lanier, “a multinacional encobriu provas da existência de amianto nos seus produtos durante mais de 40 anos”. A acusação garantiu que foram encontradas fibras de amianto e partículas de talco nos tecidos dos ovários de muitas mulheres.
“A Johnson & Johnson continua confiante de que seus produtos não contêm amianto e não causaram câncer. Vamos provar“, respondeu a porta-voz da empresa, Carol Goodrich.
“Esperamos que esse veredito chame a atenção da direção da J&J e que a leve a informar melhor a comunidade médica e o público sobre a ligação entre o amianto, o talco e o câncer nos ovários”, disse Lanier, apelando para a retirada do produto do mercado antes que cause “mais angústia e vítimas dessa doença terrível”.
A empresa foi processada por mais de 9 mil mulheres. Elas afirmaram que o talco em pó contribuiu para o desenvolvimento de câncer nos ovários. Seis das 22 denunciantes morreram por causa da doença.
Ciberia, Lusa // ZAP