Quase dez meses depois da prisão do ex-governador Sérgio Cabral e de parte de seu secretariado e assessores mais próximos, a força-tarefa da Lava-Jato não só volta às ruas do Rio na manhã desta terça-feira (5), como também, pela primeira vez, rompe as fronteiras nacionais com o objetivo de rastrear o caminho do dinheiro desviado pela organização criminosa liderada pelo peemedebista.
Os alvos são o empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como o “Rei Arthur”, e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, colocando em xeque o processo de escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos 2016.
O Ministério Público Federal (MPF) afirma que há “fortes indícios” de que Nuzman “interligou corruptos e corruptores” na compra de votos dos membros do COI. Segundo o portal de notícias da Globo, o MPF pediu o bloqueio de até R$ 1 bilhão de Nuzman. De acordo com os procuradores, o objetivo é reparar danos causados pelo trio devido às proporções mundiais da acusação de fraude.
Arthur, o “rei”, tem contra ele e sua sócia, Eliane Pereira Cavalcante, mandados de prisão preventiva, acusados de lavar parte do dinheiro do esquema a partir de uma sofisticada operação envolvendo offshores nas Ilhas Virgens Britânicas e contas nos Estados Unidos e Antígua e Barbuda.
Já Nuzman, cuja casa é alvo de busca e apreensão, é apontado segundo as investigações como suspeito de intermediar a compra de votos de membros africanos do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a escolha do Rio como país-sede da Olimpíada.
As sedes do COB e do Comitê Rio-2016, também são alvos de mandados de busca e apreensão.
A operação foi batizada de Unfair Play (Jogo Sujo) e foi determinada pelo juiz da 7ª Vara Criminal, Marcelo Bretas, em cooperação internacional com as autoridades da França e de Antígua e Barbuda. No total, são 11 mandados de busca e apreensão em bairros da zona sul do Rio, em Nova Iguaçu, e em Paris.
Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Ciberia // Rede GNI