A Superlua de Sangue de segunda-feira (21) permitiu filmar, pela primeira vez, um impacto lunar durante um eclipse. Há 22 anos que os cientistas tentavam fazer isso.
Um meteorito caiu na Lua durante o eclipse de domingo para segunda-feira, quando o astro já estava vermelho, confirmou o astrônomo espanhol Jose Maria Madiedo, da Universidade de Huelva, na Espanha.
É a primeira vez que impacto de um meteorito na Lua é filmado durante um eclipse. O momento pode ser visto em vídeos que mostram um ponto luminoso na superfície lunar. Esse ponto é o impacto de uma Geminida, um meteoroide que resulta da passagem do asteroide 3200 Faetonte perto da Terra.
De acordo com as explicações de Madiedo, o corpo celeste colidiu com a superfície da Lua às 4 horas, 41 minutos e 38 segundos de segunda-feira (21), quando o nosso satélite natural já estava dentro da zona mais escura da sombra da Terra – umbra – e tinha assumido a cor vermelha que batiza o fenômeno astronômico.
Apontados à Lua estavam oito telescópios do projeto MIDAS – Moon Impacts Detection and Analysis System – que tem como objetivo estudar os impactos na superfície lunar.
O próximo passo, explica Madiedo, é tentar determinar a origem e características do meteoroide que atingiu a Lua no dia do eclipse. Sabe-se que é o resultado de uma chuva de estrelas chamada Geminidas e que faz parte do rastro deixado pela órbita do asteroide 3200 Faetonte.
Esse asteroide tem uma órbita semelhante ao de um cometa e cruza as trajetórias de Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. As Geminidas são uma das principais chuvas de estrelas causadas por um corpo celeste que não um cometa. O corpo que caiu na Lua deve ter entre dois e dez quilogramas de massa.
Os cientistas esperam que os dados do projeto MIDAS possam revelar a frequência com que os impactos lunares acontecem. Conhecer essa realidade lunar vai ajudar a entender com que frequência a Terra é atingida por corpos celestes vindos do espaço.
Como a atmosfera costuma destruir esses astros antes de chegarem à superfície terrestre, esse número é desconhecido pelos cientistas. Mas agora eles desconfiam que o número deve ser semelhante ao da Lua.
Ciberia // ZAP