O aumento da participação feminina no setor nuclear ajudaria a reduzir a ameaça de apocalipse nuclear, afirmou a analista Xanthe Scharf em seu artigo para a revista Foreign Policy.
Segundo a analista, vários estudos revelaram que, sem a participação das mulheres nas discussões sobre tecnologias nucleares, cresce a possibilidade de adoção de decisões perigosas, bem como de violações dos acordos já assinados, enquanto as ideias inovadoras poderiam ser ignoradas.
Além disso, um estudo sobre a simulação de comportamentos de ambos os sexos durante uma guerra, realizado pela Sociedade Real de Londres, revelou que os homens geralmente têm mais excesso de confiança que as mulheres, a qualidade que possivelmente poderia levar à decisão de realizar um ataque contra o inimigo potencial.
Xanthe sublinhou que estudos realizados no campo da manutenção da paz revelaram que os acordos nucleares multilaterais, por exemplo, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) assinado em 1968, seriam mais estáveis com o aumento do papel das mulheres na área nuclear.
A analista sublinhou que atualmente as mulheres representam apenas 25% das delegações nas negociações sobre não proliferação de armas nucleares.
A colunista lembrou que as mulheres desempenharam um papel importante na área de segurança nuclear e desenvolvimento da política nuclear já nos anos 1950, período em que constituíam 20% dos funcionários da CIA.
Entretanto, entre 1970 e 2019 apenas 11 dos 68 de altos funcionários do Departamento de Estado dos EUA eram mulheres, apenas cinco de 63 no Pentágono e apenas dois dos 21 conselheiros de Segurança Nacional dos EUA pertenciam ao gênero feminino.
Xanthe concluiu que o aumento do papel das mulheres no mundo não é apenas um problema de justiça social. O mais importante é que as questões de segurança nuclear são de enorme risco e “o mundo não pode se dar ao luxo de excluir e ignorar inovações e talentos”.
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