A atriz francesa afirmou, neste domingo (14), que mantém o apoio a uma carta aberta que coassinou sobre a conduta sexual dos homens, mas pediu desculpas às vítimas de agressões sexuais.
Em um texto publicado no site do jornal Libération, Catherine Deneuve reafirma as razões de ter coassinado na semana passada no Le Monde, juntamente com outras 99 personalidades, uma carta aberta na qual se lê que os homens são injustamente alvo de acusações de má conduta sexual e devem ser “livres para importunar as mulheres”.
A carta reflete o clima de discussão que se vive na França sobre as acusações generalizadas de má conduta sexual sistemática por homens poderosos, que decorreram em vários países nos últimos meses.
“Nada no texto afirma que o assédio é bom, caso contrário, eu não teria assinado (…) “Sim, eu amo a liberdade. Não gosto desta característica do nosso tempo em que qualquer um se sente no direito de julgar, de arbitrar, de condenar. Um tempo em que uma simples denúncia nas redes sociais gera punição, demissão e por vezes leva ao linchamento mediático”, escreveu a artista francesa.
No texto, a atriz é contundente: “Aos conservadores, racistas e tradicionalistas, de todos os tipos e que estrategicamente me vieram apoiar, gostaria de lhes dizer que não me enganam. Eles não terão nem a minha gratidão nem a minha amizade, pelo contrário. Sou uma mulher livre e continuarei assim“.
Na declaração escrita divulgada pelo Libération, Deneuve recorda que é atriz desde os 17 anos. “Poderia dizer que me chegaram histórias de situações mais do que indelicadas e que sei de outras atrizes que sofreram nas mãos de diretores que abusaram dos seus poderes. Simplesmente, não serei eu a falar em nome delas“.
No final, Catherine Deneuve pede desculpas a “todas as vítimas de atos odiosos que possam ter se sentido agredidas” por aquela carta aberta no Le Monde. Ela destacou que as desculpas são diretamente às vítimas, “somente a elas” – e ninguém mais.
Ciberia, Lusa // ZAP