McCain deixa farpa a Trump, elogio a Obama e uma mensagem de esperança

Harald Dettenborn / Wikimedia

O senador republicano John McCain

O senador John McCain morreu no sábado (25), mas deixou uma carta de despedida aos norte-americanos, com um recado a Donald Trump e um elogio a Barack Obama.

Na carta do senador norte-americano, John McCain se despediu dos “compatriotas” da “mais incrível república do mundo”. O texto foi divulgado nesta segunda-feira (27) por um de seus colaboradores, Rick Davis, informou o Observador.

A maior parte das palavras de McCain são direcionadas aos “compatriotas” norte-americanos, a quem pediu para não se desesperarem “perante as dificuldades dos dias de hoje”, porque “nada é inevitável”.

“Os americanos nunca desistem, nunca se rendem, nunca se escondem da história”. Pelo contrário, “fazem história”, escreveu o veterano de guerra.

John McCain relembra o “orgulho americano” com o qual viveu e morreu, elogiando os grandes “valores” que fazem dos Estados Unidos da América “uma nação de valores, e não de sangue e solo”.

“Nos tornamos uma bênção para a humanidade quando defendemos e fizemos avançar esses ideais, em casa e pelo mundo. Ajudamos a libertar mais pessoas da tirania e da pobreza do que qualquer outro país no mundo em qualquer era da história”, disse.

No entanto, logo depois, acrescentou que, durante esse processo, os EUA prosperaram e “adquiriram poder”, um poder que ultimamente foi confundido com outra coisa.

É aqui que surge a farpa a Donald Trump. Para McCain, “quando confundimos patriotismo com rivalidades tribais que espalham o ódio, o ressentimento e a violência”, estamos “enfraquecendo nossa grandeza”.

É preciso que o povo norte-americano se una, apela o senador, que mantém a esperança de que os norte-americanos consigam “sair destes tempos complicados mais fortes que antes”.

Já muito perto do fim da carta, o senador, que faleceu aos 81 anos, faz referência ao combate que travou em 2008 frente a Barack Obama – e que perdeu. Foi “um privilégio”, disse, acrescentando que a noite da derrota foi uma das noites em que mais sentiu a “fé inabalável dos americanos”.

“Há dez anos, tive o privilégio de assumir a minha derrota na eleição para presidente dos EUA. Quero terminar esta carta de despedida falando da fé inabalável que senti nos americanos de forma tão poderosa naquela noite. E que ainda sinto hoje”, escreveu.

“Não se desesperem”, pediu.

“Adeus, compatriotas. Deus os abençoe e Deus abençoe a América.”

Ciberia // ZAP

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