O senador e ex-candidato à presidência dos Estados Unidos John McCain decidiu suspender o tratamento contra um câncer no cérebro, que o afastou da política nos últimos meses.
“Com sua força de vontade habitual, John optou agora por interromper o tratamento médico”, afirmou a família de McCain nesta sexta-feira (24), em comunicado.
Os familiares explicaram que McCain “superou as expectativas de sobrevivência no último ano, mas que o progresso da doença e o avanço inexorável da sua idade deram o veredito”. A família agradeceu “imensamente” o apoio e a amabilidade dos enfermeiros e médicos que tem cuidado dele, e o afeto de “muitos amigos e parceiros”.
Por sua vez, a esposa do senador, Cindy McCain, dedicou a ele algumas palavras na sua conta do Twitter: “Amo meu marido com todo o coração. Deus abençoe todos os que cuidaram dele, e que têm se preocupado com meu marido durante esse processo”.
Em entrevista à emissora CBS, McCain afirmou há quase um ano que o câncer cerebral de que sofre “é muito, muito grave” e que os médicos lhe disseram que o diagnóstico era “muito ruim”.
Apesar dos esforços médicos do último ano, tudo indica que a saúde do senador, rival do ex-presidente Barack Obama nas eleições de 2008, não melhora, pelo que seu círculo mais próximo se prepara agora para a sua eventual morte.
O político, de 81 anos, foi diagnosticado com um tipo agressivo de câncer no ano passado, e recebeu tratamento no seu estado de origem, o Arizona. Apesar da doença, o senador continuou a trabalhar durante meses, com a ajuda da sua equipe, em Washington.
Ao longo de sua carreira militar, McCain combateu na guerra do Vietnã, durante a qual foi feito prisioneiro durante cinco anos – tendo sido torturado pelas forças vietnamitas.
No mês de maio, o New York Times revelou que o histórico congressista republicano deu instruções às pessoas mais próximas para que o presidente dos EUA, Donald Trump, não vá ao seu funeral e que, em vez dele, vá o vice-presidente, Mike Pence.
Desde a sua chegada à Casa Branca, a relação de McCain com Trump foi muito tensa, já que o influente senador não vê com bons olhos muitas das políticas do presidente – particularmente, sua forma de lidar com as relações internacionais.
Um dos episódios mais tensos entre ambos aconteceu com a tentativa de reversão da reforma da saúde impulsionada por Obama, época em que McCain votou contra os esforços republicanos, promovidos por Trump, para acabar com o famoso Obamacare sem nenhum tipo de sistema de saúde que o substituísse.