Habitantes de outros planetas podem enviar mensagens “contaminadas” para “hackear” os meios de comunicações humanos, segundo adverte um estudo dos astrofísicos norte-americanos Michael Hippke e John Learned.
Os extraterrestres podem nem precisar de uma frota de poderosas naves de batalha interestelares para destruir o nosso planeta, adverte uma equipe de cientistas norte-americanos. Segundo Michael Hippke e John G. Learned, se a humanidade receber uma mensagem extraterrestre, a última coisa que deve fazer é… tentar ler ou decifrá-la.
O problema, notam os cientistas, é que a humanidade passou as últimas décadas não apenas a vasculhar os céus à procura de sinais de vida extraterrestre, como também a enviar para além do Sistema Solar mensagens de boas vindas a qualquer alien que nelas tropece.
Projetos como o SETI – Busca por Inteligência Extraterrestre, da NASA, têm como objetivo procurar vida em outros planetas através do uso de antenas e computadores avançados que analisam sinais eletromagnéticos de origem extraterrestre.
Mais ainda, os astrônomos do SETI criaram também o Messaging Extraterrestrial Intelligence (METI), e em setembro enviaram uma mensagem para o espaço, sob a forma de ondas de rádio, à espera que os ETs nos descubram – e decidam entrar em contato.
E isso, dizem os cientistas, pode ser um risco para a humanidade.
De acordo com o estudo de Hippke e John G. Learned, publicado este mês no repositório arXiv, os extraterrestres poderiam enviar mensagens com código malicioso e contaminar nossos sistemas de comunicação.
Para sustentar a tese, os cientistas citam várias mensagens registradas pelo projeto SETI. Em 2017, por exemplo, o cientista Rene Haller conseguiu decifrar um fluxo de 1.902.341 bits, tendo concluído que a informação recebida era apenas uma imagem normal em preto e branco.
De acordo com Hippke e Learned, esse tipo de sinal deveria ser analisado e decifrado em papel – caso em que uma mensagem extraterrestre não prejudicaria os sistemas informáticos do nosso planeta. Contudo, se tratar-se de um código mais complexo, não haverá forma de decifrá-lo sem recorrer a computadores.
Segundo os dois cientistas, projetos como o SETI e os computadores pessoais ligados a ele correm o risco de ser infectados por um “trojan” ou um “malware”, que poderia dar a um “hacker” à escala planetária acesso a dados pessoais e a sistemas operativos.
Mas tentar decifrar mensagens extraterrestres não é apenas um risco para os sistemas informáticos. O próprio conteúdo da mensagem pode colocar em perigo a humanidade. Por exemplo, dizem os cientistas, a mensagem pode conter uma ameaça do gênero “daqui a 24 horas vamos transformar o Sol em uma Supernova“, e lançar o caos na Terra.
Os cientistas argumentam ainda que seria muito difícil “descontaminar” as mensagens provenientes do espaço. Assim, “seremos confrontados com duas opções: destruir qualquer mensagem extraterrestre que chegue até nós, ou assumir o risco de ler seu conteúdo”, concluem os astrofísicos.
Já não bastava termos de decidir se abrimos ou não aquele e-mail de alguém que envia anexas “fotos do tempo maravilhoso que passamos no Caribe”?
Ciberia // Sputnik News / ZAP