No fim da reunião desta segunda-feira (2), o ministro do Interior Horst Seehofer anunciou que a CDU e a CSU chegaram a acordo quanto ao tema que os dividia: a gestão dos fluxos migratórios.
O tema da imigração fez o governo alemão tremer durante alguns dias. Mas, no fim da reunião entre Angela Merkel e Horst Seehofer, e “após intensas discussões”, o acordo foi finalmente alcançado, com a política de compromisso falando mais alto.
“Chegamos a um acordo sobre como podemos, no futuro, evitar a imigração ilegal na fronteira entre a Alemanha e a Áustria”, disse o ministro alemão do Interior na saída da reunião, citado pelo Diário de Notícias.
Os partidos chegaram a acordo quanto à criação de “centros de passagem” na fronteira germano-austríaca para requerentes de asilo que já estão registrados em outros países da União Europeia.
Assim, os requerentes de asilo poderão ser enviados de volta aos países em que se registraram em primeiro lugar. O acordo evita que os requerentes, cujos procedimentos sejam da responsabilidade de outros países da União Europeia, entrem no país.
No entanto, isso não deve ser feito sem acordo. Nos casos em que não possa ser alcançado, os pedidos serão rejeitados “com base em um acordo com a República da Áustria”.
O ministro do Interior e líder do partido União Social Cristã, partido bávaro irmão da União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, saiu da reunião, no início da noite, dizendo que o compromisso alcançado “previne a imigração ilegal na fronteira entre a Alemanha e a Áustria”.
Seehofer tem estado em confronto com Merkel quanto ao seu plano de recusar candidatos a asilo na fronteira que tivessem se registrado em outros Estados-membros da UE. Merkel recusou, dizendo que é necessária uma solução que envolva outros Estados europeus.
Horst Seehofer ofereceu sua resignação da liderança do partido e enquanto ministro do Interior, durante uma reunião da CSU, no domingo (1) à noite, mas foi convencido a retomar o diálogo com Merkel.
Nesta segunda, após a reunião, Seehofer garantiu que já não pensa em se demitir. Por sua vez, Merkel indicou aos jornalistas que, “depois de dias difíceis e negociações rudes, foi alcançado um bom compromisso”.
O terceiro parceiro da coligação governamental, o social-democrata SPD, tem ainda que dizer se concorda com os termos do acordo.
Ciberia, Lusa // ZAP