De uns tempos para cá, quase não se tem falado sobre COVID-19 sem que o assunto vacina viesse junto. Com uma corrida cada vez mais acirrada em busca de uma candidata que seja eficaz contra a doença, a população mundial tem atribuído à vacina uma esperança de conter a pandemia.
Isso inclui o nosso ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que durante uma entrevista realizada à Jovem Pan nesta quinta-feira (10), declarou que o governo federal pretende imunizar toda a população brasileira no ano que vem.
Na entrevista, o ministro anunciou que o prazo fixado pela administração federal para que toda população esteja imunizada é 2021: “Acreditamos que a gente chegue aí na metade de 2021, início do segundo semestre, já com bastante cobertura. Não tem que esperar vacinarmos 215 milhões de pessoas para ter os efeitos de uma estratégia de vacinação. Ela visa imunizar grupos de pessoas que vão trazer a contaminação para níveis bem razoáveis”, afirmou.
O acordo do governo federal envolve o laboratório AstraZeneca (que desenvolve a vacina em parceria com a Universidade de Oxford), com direito a 100 milhões no primeiro semestre de 2021 e 160 milhões no segundo semestre. Isso sem contar as 42 milhões de doses proporcionadas pelo consórcio Covax Facility.
Isso leva a compreender uma garantia de 300 milhões, o que equivale à vacinação de 150 milhões de pessoas — uma vez que será necessário tomar duas doses da vacina. Segundo o ministro, tudo depende do registro da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária).
O ministro apontou as possibilidades para a aprovação de vacinas, que envolvem, por exemplo, aproveitar o registro das agências reguladoras dos Estados Unidos, União Europeia, Japão e China. “Por lei, a Anvisa vai receber esse processo dessa grande agência e vai quase que homologar o registro no Brasil. E ela, por lei, se pronuncia em até 72 horas se já encontrou indícios que poderá regular ou de que precisará aprofundar um pouco mais. É bastante acelerado”, apontou.
A outra possibilidade envolve a produtora da vacina submeter documentação à Anvisa. “Entrando pelo Brasil vai cumprir um outro prazo que não é de 72 horas. O prazo que pode ser um pouco mais alongado: 30, 40 dias”, disse.
O ministro ainda acrescentou o seguinte: “Estamos falando em hipóteses, ainda, estamos falando que é provável que a gente tenha o registro efetivo da FDA (agência federal americana) da Pfizer agora em dezembro nos Estados Unidos. Isso vai acelerar o processo de registro no Brasil. Nós já temos previsão de receber 70 milhões de doses da Pfizer e, sim, tentaremos adiantar de janeiro para o quanto antes.”
Pazuello também falou sobre a CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Basicamente, a ideia é comprar, caso ela seja registrada na Anvisa. “Em português claríssimo, sim, vamos comprar as vacinas, caso sejam registradas e comprovadas com o preço dentro da lógica correta”, afirmou.
Além dessa entrevista com a Jovem Pan, Pazuello também deu uma entrevista à CNN, em que apontou a possibilidade da vacinação emergencial começar ainda em dezembro no país, com doses da vacina da Pfizer/BioNTech. Na ocasião, ainda acrescentou que o plano nacional de imunização pode começar entre o fim de janeiro e o início de fevereiro.
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