Uma vacina que poderia prevenir a diabetes tipo I em crianças deve iniciar ensaios clínicos em seres humanos em 2018, depois de anos de pesquisa. Não é uma cura e não deve eliminar completamente a doença, mas espera-se que a vacina forneça imunidade contra um vírus que pode causar a condição, potencialmente evitando centenas de novos casos de diabetes por ano.
Mais de duas décadas de pesquisa liderada pela Universidade de Tampere, na Finlândia, forneceram evidências sólidas que ligam um tipo de vírus chamado coxsackievirus B1 ou Vírus de Coxsackie com uma reação autoimune que faz com que o corpo destrua células em seu próprio pâncreas.
A forma de diabetes tipo I – diferente do tipo II, muito mais prevalente, que tende a afetar indivíduos mais tarde na vida – é uma diminuição da capacidade de produzir a insulina usada pelas células do corpo para absorver a glicose do sangue. Esta perda de insulina é o resultado das células beta do tecido pancreático sendo destruídas pelo próprio sistema imunitário do corpo.
Ainda é um mistério por que isso acontece em algumas pessoas, embora possa haver uma causa genética. Sem dúvida, o processo é complexo, e existem inúmeras maneiras pelas quais pode ser desencadeado. Uma delas é a infecção por coxsackievirus B1, um tipo de enterovírus.
Enterovírus não estão aqui para brincadeira. Você pode estar mais familiarizado com a poliomielite, mas estes vírus também podem causar febre aftosa, meningite, miocardite e outras doenças.
Os cientistas suspeitavam de um vínculo entre esse grupo de agentes patogênicos e diabetes por vários anos, mas somente em 2014 os pesquisadores descobriram, usando dados de pesquisas com crianças finlandesas com diabetes tipo 1, que pelo menos um dos seis vírus no grupo B do coxsackievirus estava associado à condição.
Os enterovírus são surpreendentemente comuns em recém-nascidos. E, para alguns deles, podem ter sido o começo de uma doença incurável. “Pode-se estimar a partir dos dados gerados que menos de 5% das crianças infectadas com CVB1 desenvolvem diabetes tipo 1”, escreveram os pesquisadores finlandeses em seu estudo de 2014.
Isso pode não parecer muito, mas, a cada ano, centenas de bebês em todo o mundo desenvolvem a doença como resultado da infecção. Se os outros membros do grupo CVB também contribuírem para a autoimunidade das células beta – o que é provável -, os números poderiam ser maiores.
Se tudo correr bem, esta vacina recém-desenvolvida poderia acabar com isso.
A vacina já se mostrou eficaz e segura em camundongos. A próxima fase é estudá-la em seres humanos. Os ensaios pré-clínicos são apenas o primeiro passo. Primeiro, a vacina será aplicada em humanos adultos saudáveis, para mapear quaisquer complicações. Logo, ainda deve levar cerca de oito anos até sabermos se ela faz, de fato, o que deve fazer.
Como um bônus, a vacina poderia ajudar a reduzir outras infecções por enterovírus também. Enquanto isso, grupos como a Fundação de Pesquisa sobre Diabetes Juvenil continuam a financiar pesquisas para encontrar melhores maneiras de prevenir e tratar a diabetes tipo I.
Ciberia // HypeScience
Gostaria de colocar meu filho na fila para tomar á vacina contra á diabete pois ele é uma criança de 11 anos e convivi com á diabete há 4 anos