A mais avançada vacina contra a malária, mas que tem uma eficácia limitada, vai começar a ser testada em grande escala no Quênia, em Gana, e no Malawi, anunciou esta segunda-feira (24) a Organização Mundial da Saúde.
Em comunicado divulgado na véspera do Dia Mundial da Malária, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que o objetivo é vacinar pelo menos 360 mil crianças, entre 2018 e 2020.
A África é, de longe, o continente mais afetado pela malária, totalizando 92% das 429 mil mortes registadas em todo o mundo em 2015, devido a doença ser transmitida por mosquitos, referem dados da OMS.
Segundo a OMS, as crianças com menos de cinco anos representam mais de dois terços dessas mortes.
Desenvolvida pela farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK), em parceria com a organização não-governamental Path Malaria, a vacina Mosquirix (também chamada RTS,S) foi desenvolvida para crianças entre as seis semanas e 17 meses.
“Esta vacina poderá salvar dezenas de milhares de vidas na África”, disse à AFP a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti.
O projeto-piloto deverá avaliar a eficácia da vacina “no contexto de um uso rotineiro”, assim como eventuais obstáculos logísticos, diz Matshidiso Moeti.
Segundo a responsável, o projeto-piloto irá sensibilizar os pais para um novo ciclo de vacinação que não corresponde ao tradicional programa de vacinação (DTP, sarampo, etc.).
De acordo com um estudo realizado ao longo de vários anos, publicado em abril de 2015, a “RTS,S” tem uma eficácia modesta e baixa ao longo do tempo, mas é atualmente a vacina experimental mais promissora contra o paludismo, que mata, em média e todos os dias, 1.200 crianças na África subsariana.
“Com base nos resultados do estudo realizado, o CHMP (Comissão dos medicamentos para uso humano da EMA) concluiu que, apesar da eficácia limitada, a relação benefício-risco da ‘Mosquirix’ é favorável nos dois grupos de idade estudados”, acrescentou.
// ZAP