A delegação de governo em Gênova, no noroeste da Itália, elevou nesta quarta-feira (15) para 39 o número de mortos por consequência do desabamento ocorrido nesta terça de um trecho de uma ponte na cidade italiana, evento que também deixou 16 feridos.
A delegação acrescentou que, entre os mortos, 37 já foram identificados, enquanto outros dois ainda estão sendo submetidos a exames de DNA. O número de feridos se mantém em 16 e 12 deles permanecem em estado grave.
O acidente ocorreu por volta do meio-dia local (7h em Brasília) desta terça-feira (14), quando um trecho de aproximadamente 100 metros da ponte Morandi, que tem um quilômetro de extensão e uma altura de 90 metros, veio abaixo e soterrou vários veículos sob os escombros.
As equipes de emergência seguem trabalhando no local e tentam retirar os escombros o mais rápido possível, um trabalho complicado que previsivelmente se prolongará durante os próximos dias, adiantou a Cruz Vermelha em uma nota.
O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, seguiu nesta terça para Gênova a fim de avaliar a situação, enquanto nesta quarta chegaram o vice-presidente e o ministro do Trabalho, Luigi Di Maio, e o ministro de Infraestrutura, Danilo Toninelli.
Espera-se que nas próximas horas também chegue a Gênova o ministro do Interior e líder do partido de extrema-direita Liga (antiga Liga Norte), Matteo Salvini, que também é vice-presidente do Executivo.
Toninelli exigiu a saída dos diretores da companhia Austostrade per l’Italia, responsável pela gestão da ponte, enquanto a concessionária assegurou em comunicado que o viaduto estava submetido a controles periódicos, como previsto na legislação do país.
Procurador de Gênova diz que “foi erro humano”
A Procuradoria de Gênova abriu um inquérito por negligência e homicídio múltiplo. “Não foi uma fatalidade, foi erro humano“, disse aos jornalistas o procurador principal de Gênova, Francesco Cozzi, após visita à região da ponte que colapsou.
“Temos que responder apenas a uma questão – por que isso aconteceu? Esta é a nossa tarefa e devemos fazer todo o necessário para encontrar a resposta”, disse o procurador, que anunciou a abertura de um inquérito por negligência e homicídio múltiplo.
“Quando terminar a fase da busca de vítimas e de eventuais desaparecidos, o inquérito entrará em outra fase, e serão analisados todos os aspectos relativos à proteção, realização de trabalhos e manutenção da ponte”, acrescentou o magistrado.
“Sabemos que foram feitas declarações no passado e que agora serão aprofundadas, como aquelas, em 2012, que diziam que a estrutura estaria em colapso no fim de 10 anos”, disse Cozzi. “Temos que entender se foram políticas polêmicas ou afirmações de fontes qualificadas com base em dados”, concluiu o procurador.
O vice-primeiro-ministro Mateo Salvini, por sua vez, declarou no Twitter que iria “trabalhar para identificar os culpados deste desastre, que não ficarão impunes“.
“Os responsáveis por esse desastre têm nome e sobrenome, e vão pagar, vão pagar tudo, vão pagar caro”, afirmou o vice-primeiro-ministro italiano.