O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (8) a aplicação de tarifas de 25% para as importações de aço e 10% para as de alumínio. Por enquanto, México e Canadá, integrantes do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) ficam isentos, das alíquotas.
“Não adotamos estas ações por escolha, mas por necessidade”, afirmou Trump em um ato na Casa Branca. A informação é da EFE.
A tarifa adicional de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre as de alumínio adotadas nos EUA pelo governo do presidente Donald Trump preocupam o Brasil, conforme informou no começo dese mês o Ministério do Desenvolvimento, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
De acordo com a pasta, a restrição comercial afetará as exportações brasileiras de ambos os produtos e pode resultar em contestação brasileira nos organismos internacionais.
Em nota oficial, o MDIC informou que o governo brasileiro espera chegar a um acordo com os Estados Unidos para evitar a aplicação das tarifas, mas caso isso não seja possível, o Brasil pode questionar a elevação das tarifas em foros globais.
“O governo brasileiro não descarta eventuais ações complementares, no âmbito multilateral e bilateral, para preservar seus interesses nesse caso concreto”, diz a nota.
Críticas aos EUA
O governo brasileiro afirmou nesta quinta-feira (8) que a confirmação da sobretaxa vai causar “graves prejuízos” ao Brasil e terá impactos “nas relações comerciais e de investimentos entre os dois países”.
Em nota conjunta assinada pelos ministros Marcos Jorge (Indústria e Comércio) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores), o governo brasileiro disse que “buscou, em sucessivas gestões, evitar a aplicação das medidas às exportações brasileiras, esclarecendo ao governo americano que os produtos do Brasil não causam ameaça aos interesses comerciais ou de segurança dos EUA”.
Grande perda
Ao todo, 32% do aço exportado pela indústria nacional têm como destino o mercado americano, fazendo do Brasil o segundo maior exportador do produto para os Estados Unidos, ficando atrás apenas do Canadá. Apenas em 2017, 4,7 milhões de toneladas do aço brasileiro foram embarcadas, para os EUA, representando um faturamento de US$ 2,6 bilhões. A perda para o Brasil seria enorme.
Segundo a Casa Branca, todos os países que exportam aço e alumínio para os EUA serão afetados pela nova tarifa, com exceção de México e Canadá, que foram excluídos da medida por conta de sua participação no Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).
Entre as alegações usadas por Trump, segundo a Casa Branca, estão a necessidade de recuperar a indústria siderúrgica do país, que perdeu mais de 54 mil postos de trabalho desde o início dos anos 2000, e garantir ao país autossuficiência em aço e alumínio, que são matérias-primas essenciais para o setor de defesa, como a produção de veículos e aeronaves de combate militar.
“As medidas restritivas às importações de aço e alumínio são incompatíveis com as obrigações dos EUA ao amparo da Organização Mundial de Comércio e não se justificam, tampouco, pelas exceções de segurança do GATT 1994”, disseram os ministros Aloysio Nunes e Marcos Jorge, em nota.
O governo disse que manterá a “preferência pela via do diálogo e parceria”, mas promete ações, em âmbito bilateral e multilateral, para preservar os direitos e interesses nacionais.
Ciberia // Agência Brasil