O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que a operação da Polícia Civil realizada no Jacarezinho foi “ação pautada e orientada por longo e detalhado trabalho de inteligência e investigação”.
A operação terminou com 25 mortos, sendo 24 civis e um policial. A polícia disse que as vítimas eram traficantes, mas não revelou suas identidades e os crimes que teriam cometido.
Segundo a política, foram necessários 10 meses de trabalhos para a conclusão da operação. Especialistas em segurança pública e a Defensoria Pública criticaram a ação, considerada a mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, devido ao alto número de mortos.
“O Ministério Público informou que vai abrir investigação independente sobre os fatos ocorridos no Jacarezinho, e que está apurando “fundamentos e circunstâncias que envolvem a operação e mortes decorrentes da intervenção policial”.
‘Mínimo de inteligência’
A presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Municipal, vereadora Teresa Bergher (Cidadania) afirmou, segundo o jornal O Globo, que é preciso “cobrar da polícia um mínimo de inteligência, para evitar novos banhos de sangue, que não resolvem absolutamente nada”.
A operação ocorreu na manhã desta quinta-feira (6) na zona norte do município do Rio de Janeiro. Além dos mortos, cinco pessoas ficaram feridas, duas delas em um vagão do metrô que passava pelo local.
A polícia afirmou que o alvo da operação, batizada de Exceptis, foi uma facção criminosa que atua na favela do Jacarezinho, que seria responsável por homicídios, roubos, sequestros de trens e o aliciamento de crianças para atuarem no tráfico local.
Agentes percorreram diferentes pontos da comunidade com auxílio de blindados, em viaturas e a pé. O delegado Ronaldo Oliveira negou que tenha havido execução. “Para deixar bem claro: quem não reagiu, foi preso. Ou foi preso ou fugiu”, afirmou ele, segundo o portal G1.
Moradores, no entanto, relatam que a ação da polícia ficou extremamente violenta após a morte do agente.
Determinação do STF
A Polícia Civil afirmou ainda que a realização da operação foi comunicada ao Ministério Público. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal determinou que as ações em comunidades no Rio de Janeiro, para ocorrer, precisam ser comunicadas ao órgão para receber autorização.
A decisão permite ações apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais”. A polícia e autoridades do governo estadual argumentam que o decreto prejudica o combate ao crime. O delegado Rodrigo Oliveira afirmou que “a falta de operação dá um péssimo resultado”.
O argumento para a suspensão das operações são os relatos de abusos da polícia e os constantes casos de mortes de inocentes.
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