Cientistas dos EUA descreveram mecanismos básicos de desenvolvimento de imunidade ao coronavírus, explicando por que algumas pessoas não estão propensas à doença, apesar de não terem sido infectadas ou vacinadas.
O estudo foi publicado nesta sexta-feira (29) na revista Science.
As pesquisadoras do Instituto de Descobertas da Medicina Sanford Burnham Prebys (EUA) Jennifer L. Hope e Linda M. Bradley descreveram os principais mecanismos formadores da imunidade contra a COVID-19.
Invadindo as células hospedeiras, vírus iniciam mecanismos de replicação, o que abre as portas para os invasores se espalharem por células mais suscetíveis. Para combater o vírus, o sistema imunológico lança reações inatas, como inflamação, que, por sua vez, ativam o sistema imune adaptativo.
As células dentríticas absorvem proteínas e partículas virais e transportam-nas para os órgãos linfoides, onde estão as células T e B, responsáveis pela defesa do organismo. Se as células reconhecerem o vírus – como regra, o reconhecimento ocorre quando o vírus já invadiu o organismo antes, ativam dois mecanismos de imunidade adaptativa dos grupos de células T e B, assegurando uma proteção eficaz.
A imunidade adaptativa gera uma memória imune protetora, na qual se baseia a estratégia de vacinação. Contudo, a reação das células T e B ao SARS-CoV-2 funciona também em pessoas que nunca se esbarraram com o vírus.
As autoras teorizam que a presença da imunidade estaria ligada à existência no organismo de células T e B, específicas de outros coronavírus humanos da família HCoV, que podem ser de um resfriado comum. As células T, que reagem às proteínas do SARS-CoV-2, foram observadas em pessoas infectadas anteriormente pelo vírus SARS-CoV de pneumonia atípica. Igualmente, os anticorpos IgG de pacientes com COVID-19 agem fortemente contra as proteínas dos coronavírus causadores de resfriado.
Por isso, segundo as pesquisadoras, as reações imunes ao SARS-CoV-2 dependem principalmente do histórico de encontros anteriores com vírus.
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